O governo Lula da Silva está derretendo — literalmente perdendo consistência no contexto da aprovação da sociedade brasileira. Senão, vejamos: em junho de 2023, ele tinha uma aprovação de 60%. Transcorridos dois anos, a aprovação despencou para 40%, ou seja, perdeu 20 pontos percentuais.
E a reprovação está em 57%. Algo absolutamente preocupante para o PT e para o Palácio do Planalto. A situação é de tal maneira grave, sob os aspectos político, partidário e eleitoral, que praticamente temos um empate cravado entre os brasileiros que percebem até dois salários mínimos — tradicional reduto eleitoral do lulismo e do petismo — que fomentam a pobreza para ter eleitores dependendo dos programas sociais do governo, financiado por impostos pagos pelos demais cidadãos.
A aprovação é de 50%, com uma desaprovação de 49%. Vejam só. E aí, a perda foi de 19 pontos percentuais também nesse período de 24 meses.
Personificou
Ou seja, a rejeição ao governo Lula acabou transformando-se também na rejeição ao político, ao presidente e ao candidato Lula — que está no palanque ininterruptamente desde 1979.
Até então, ele conseguia escapar: sua intenção de voto sempre era muito superior à aprovação do seu próprio governo.
Deu
Não faz muito, ele conseguia se desvincular. Mas isso não é mais possível.
E não é apenas isso. A reprovação também cresceu assustadoramente no Sudeste — que tem quatro estados, dos quais três com os maiores colégios eleitorais do país. Pela ordem: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
No Sudeste, chegou a 64% a reprovação. Pela primeira vez, a região suplantou o Sul, onde a deidade vermelha tem 63% contra ele.
Reflexos
Evidentemente, é um contexto que acaba se traduzindo também na intenção de voto para a disputa presidencial de 2026.
Quinteto
Na pesquisa Quaest, de abril, Lula da Silva, no segundo turno, só empatava com Jair Bolsonaro. Em relação aos demais candidatos, nadava de braçadas.
Só que, em questão de menos de 40 dias, outras quatro candidaturas estão empatadas, dentro da margem técnica de erro, com o atual ocupante do Palácio do Planalto.
Embolou
São elas, pela ordem de aproximação de Lula da Silva: Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro, Ratinho Júnior e até Eduardo Leite — que se transferiu agora para o PSD e foi colocado na pesquisa pela primeira vez.
O gaúcho agora reapresenta sua pretensão de concorrer à Presidência da República.
Cerco
Só ficam fora da margem de erro: Ronaldo Caiado e Romeu Zema — mas, ainda assim, com uma distância não tão substantiva, de modo que o quadro é amplamente desfavorável para Lula, PT, governo e esquerda.
Esgotou
Agora, a pesquisa também demonstra o seguinte: com Jair Bolsonaro inelegível, a alternativa familiar seria Eduardo Bolsonaro, que buscou o autoexílio nos Estados Unidos.
Só que ele já está há meses sendo testado nas pesquisas e não demonstra musculatura para uma empreitada dessa envergadura.
Convenhamos: ele não tem tamanho para isso neste momento. Seria um despropósito familiar.
Rejeição
Eduardo está travado. Aliás, sua rejeição é de 57%, e sua intenção de voto num segundo turno com Lula é a que apresenta a pior situação.
Ou seja, o Brasil está cansando da polarização.
Não quer mais saber nem de Lula, nem da família Bolsonaro.
O eleitor deseja apostar numa solução de candidatura alternativa da direita e entre os conservadores — mas fora do espectro Bolsonaro e mais longe ainda de uma ameaça de recandidatura de Lula da Silva.