Coluna do dia

MDB sem eira nem beira

MDB sem eira nem beira

Devido ao feriado prolongado, a semana, do ponto de vista legislativo, está comprometida. Pouquíssimos parlamentares estarão em Brasília. Na Alesc, o cenário não será muito diferente.
Quadro que só reforça as articulações de bastidores com vistas às eleições de 2022. O que se observa é que o MDB, maior partido de Santa Catarina, está sem rumo, sem eira nem beira.
A sigla tem uma base capilarizada em todos os municípios. No entanto, em 2018, pela primeira vez desde a redemocratização, não chegou ao segundo turno das eleições estaduais.
Caso não acorde para a necessidade de uma reaglutinação absoluta das bancadas estadual e federal; e também dos prefeitos e da executiva estadual, o partido, apesar da força de que dispõe, tem tudo para repetir o trágico destino do último pleito.
Senão, vejamos. A bancada estadual, composta de nove deputados, está muito satisfeita com o tratamento dispensado pelo governador Moisés da Silva. Não só na liberação de emendas como também no atendimento às demandas dos deputados.

Cofres cheios

Os prefeitos também não têm do que se queixar. Recursos não faltam. A arrecadação de Santa Catairna só cresce. Dinheiro não falta. Prova disso são os quase R$ 500 milhões que estão sendo aplicados na duplicação e melhorias em rodovias federais que cortam o estado.

Capitulação

Maravilha. Só que o MDB não pode capitular. Se o partido quer estar com o governador e dar respaldo a ele na Assembleia, tudo certo, faz parte do jogo.

Fidelidade

Ocorre que depois da janela de março, quando candidatos poderão trocar de partido para as eleições de outubro, a história muda. Os parlamentares vão ter que se submeter à orientação partidária.
Se a definição do candidato do partido ao governo se der nos próximos dias, qual seria o problema? O MDB pode continuar respaldando o governador e recebendo os recursos.

Compromisso

O compromisso, contudo, de deputados e prefeitos, é com seu partido. É nele que estão abrigados, filiados e é por ele que foram eleitos.

Sentar na janela

Que história é essa de querer jogar lá pra undécima hora. Daqui a pouco vão querer transformar Moisés no candidato do MDB. Não é assim que funciona!

A reboque

A bancada do MDB, está muito claro, tornou-se caudatária dos interesses do deputado Julio Garcia (PSD). Parlamentar que está enfrentando dificuldades do ponto de vista judicial. Até mesmo com limitações para se locomover, devido às restrições impostas a ele pela Justiça Federal.

PSD

Garcia carrega o MDB junto do projeto que ele vem pilotando nos bastidores. Garcia tem maioria no PSD, contando com o apoio do prefeito João Rodrigues, de Chapecó. Eles isolaram o ex-governador Raimundo Colombo, que nem de longe quer aproximação com Moisés da Silva.
Outro ponto: o PSD é menor que o MDB. O PSD, contudo, está carregando o MDB a reboque para uma aliança em torno do governador?

Com quem andas
É um bom exemplo a ser seguido, pergunta-se? Esse MDB não é mais passível de reconhecimento. MDB que já teve Luiz Henrique da Silveira, Casildo Maldaner, Jaison Barreto, Pedro Ivo Campos, Paulo Macarini, Dejandir Dalpasquale, Paulo Afonso Vieira e por aí vai.
Definitivamente, a morte de LHS deixou o MDB mais perdido do que cego em tiroteio. Nesse ritmo, a sigla caminha rapidamente para um futuro sombrio.

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