Coluna do dia

Moisés, o retorno

Moisés da Silva tem tudo para fazer barba, cabelo e bigode no julgamento final do processo de impeachment, marcado para esta sexta-feira, no Tribunal Especial (deputados e desembargadores).
Se já havia um clima bem ameno em relação ao governador afastado na Assembleia, hoje o Tribunal de Justiça decidiu, por 12 a 7, que o aumento salarial concedido aos procuradores do Estado, com aquele nome pomposo de verba de equivalência, é legal.
Este ato de Moisés, ainda em 2019, foi o que embasou juridicamente o processo de impedimento. Tese frágil, por óbvio, mas que ganhou corpo com o absoluto desleixo com que o chefe do Executivo tratou o universo político do estado e do país, porque não dizer, até então.
Ontem, terça-feira, a governadora interina, Daniela Reinehr, publicou um ato suspendendo o pagamento. Decisão administrativa, mas com óbvio viés político visando, de alguma maneira, influenciar o julgamento da sexta-feira.
Salvo alguma reviravolta, Daniela deve retornar à condição de vice-governadora e Moisés, à de governador de Santa Catarina.

Segunda etapa
Pelos bastidores, as informações pipocam. Sobretudo as que apontam para um Moisés da Silva diferente. Ele até deixou a barba crescer por um período. Liga para deputados, prefeitos e até vereadores! Trata os mandatários pelo cargo ao qual foram eleitos. Antes, muitos sentiam um certo desdém por parte do governador ao serem chamados apenas pelos nomes.

Negócios à parte
Agora, pasmem. O governador se ver obrigado a mudar politicamente e o fazer por necessidade, ok, faz parte do jogo. A pergunta, no entanto, é: se faz necessários lotear o governo como estaria acontecendo? E dividindo fatias importantes justamente com alguns de seus algozes (ou ex-algozes) mais ferrenhos? A conferir os desdobramentos a partir deste fim de semana.

Lucidez e honradez
Ao empilhar dois processos de impeachment contra Moisés da Silva ao mesmo tempo, em plena pandemia, crise econômica e por aí vai, a Assembleia Legislativa protagonizou um espetáculo deprimente e lamentável. Trazido ao picadeira pelos deputados, o Poder Judiciário tratou de balizar o quadro, não entrando no jogo, baixo, que foi proposto. Os magistrados, de maneira geral, mantiveram a honradez e a altivez que se espera deles.

Muy amigos
Reza o dito popular que se você não pode derrotar alguém, é melhor unir-se a ele. É exatamente o que está acontecendo em Santa Catarina. Ao perceberem que não conseguiriam defenestrar Moisés da Silva e Daniela Reinehr numa tacada, alguns deputados agora parecem que vão até compor/indicar o “novo” governo Moisés da Silva. Se ocorrer, de fato, faltarão palavras para tentar explicar mais esta pouca vergonha que se avizinha.

Fora do ar
Juiz eleitoral Márcio Schiefler Fontes, de Joinville, concedeu liminar mandando retirar do ar toda a propaganda do candidato Darci de Matos (PSD) nesta reta final do segundo turno.
O magistrado atendeu pedido do advogado Márcio Fey Probst. Segundo o entendimento, a peça veiculada tentava ligar a imagem do candidato Adriano Silva (Novo) ao atual prefeito, Udo Döhler (MDB), que sofre o desgaste de quase oito anos de governo.
Probst argumentou, e a tese foi aceita, que o material estava induzindo o eleitor joinvilense a erro. Clima fervendo no maior colégio eleitoral do estado.

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