Blog do Prisco
Coluna do dia

Movimentos intensos podem mudar o quadro em SC

Ainda há disputa pelo governo do estado. É isso mesmo. Até poucas semanas atrás, tudo estava meio pacificado nos bastidores da política estadual com a candidatura à reeleição, naturalíssima, de quem ocupa o governo, Jorginho Mello. Também no tabuleiro, uma pré-candidatura que já tem mais de um ano: a do prefeito de Chapecó, João Rodrigues. E a esquerda especulando nomes. A dúvida girava em torno de uma terceira candidatura consecutiva de Décio Lima ou um fato novo dentro do próprio PT, na figura do novo presidente estadual, deputado Fabiano Da Luz.

Em novembro, contudo, ocorreram muitas conversações e articulações — com intensidade. O quadro pode estar mudando o cenário sucessório catarinense. Não da parte do PL. Ali, a candidatura está posta.

Indigesto

É bem verdade que há problemas envolvendo a corrida ao Senado, quando duas vagas serão preenchidas, tendo em vista a imposição do nome do vereador carioca Carlos Bolsonaro. Saindo do PL, vamos para o PSD.

Sobrando

Tudo levava a crer que o nome seria mesmo o de João Rodrigues. Mas já tem gente achando que é necessário encontrar outra alternativa capaz de, efetivamente, sensibilizar o eleitorado. Um nome mais estadualizado.

Convocação

O atoleiro em que João se enfiou deu margem a especulações, que começaram a convergir na direção do ex-governador de dois mandatos e também ex-senador, Raimundo Colombo.

Fora?

Na semana que se encerra, ele deu uma declaração a uma rádio de Tubarão que passa a sensação de que está fora do embate das urnas de 2026. Disse ele:
“Se as pessoas vão votar só em um número, eu prefiro ficar fora. Me sinto desvalorizado como político e cidadão.”

Histórico

Vale lembrar que, tanto em 2018 quanto em 2022, Colombo disputou o Senado e acabou atropelado. Em 2018, a onda Bolsonaro elegeu ao governo Carlos Moisés da Silva e, para o Senado, Esperidião Amin e Jorginho Mello.

Na trave

O candidato do PSL à Câmara Alta, vinculado ao então candidato à presidência Jair Bolsonaro, foi Lucas Esmeraldino, que ficou a 18 mil votos de Jorginho e a 50 mil de Amin. Depois, em 2022, veio a primeira imposição, goela-abaixo, de Bolsonaro no estado: Jorge Seif ao Senado.

Número

O mesmo Raimundo Colombo, que ficou em quarto em 2018, em 2022 chegou em segundo, mas a 900 mil votos de Jorge Seif, já alistado no PL, o 22. Daí a referência de Colombo ao falar das pessoas votarem em um número.

Nada disso

O lageano não está disposto a uma terceira eleição ao Senado. Até mesmo parece que já vai descartando a possibilidade de concorrer ao governo pelo PSD. Ou seja, o desafio deve sobrar mesmo para João Rodrigues.

Socialistas

As mudanças maiores convergem para a esquerda. Porque o sentimento aponta para uma candidatura conservadora, mas não no PT — e sim no PSB.

Mesa posta

Paulo Bauer, ex-senador e ex-deputado, teve um convescote gastronômico com lideranças do PSB. Além de dirigentes partidários, lá estava também Dário Berger, que já frequentou vários partidos: PFL, MDB, PSDB. Em 2022, chegou em terceiro quando buscou a reeleição ao Senado, ficando atrás de Raimundo Colombo e Jorge Seif.

Convicção

Dário estava filiado ao PSB. Depois da derrota, foi para o PSDB, onde concorreu à Prefeitura de Florianópolis em 2024. Chegou em quarto lugar. Agora admite a possibilidade de voltar para o PSB. Poderia estar sendo costurada uma alternativa de Paulo Bauer ao governo, com um vice do PT e outro petista, Décio Lima, ao Senado, dobrando com Dário Berger.

Dupla

Só que a dobradinha, dessa vez, seria diferente. Em 2022, Dário foi ao Senado e Décio ao governo. No ano que vem, os dois poderiam ir ao Senado, na expectativa de um deles beliscar a segunda vaga, diante da pulverização de candidaturas conservadoras ao Senado, a partir do fato novo da chegada de Carluxo Bolsonaro.

Na berlinda

A grande verdade é que Geraldo Alckmin, vice de Lula, percebe que sua posição pode estar ameaçada para 2026.

Fortalecimento

O paulista pode ser substituído por um nome, por exemplo, do MDB. Então começa a costurar alternativas em todo o Brasil dentro do PSB, partido ao qual está afiliado, para justamente se consolidar. Em Santa Catarina, Alckmin pode ter recorrido a Paulo Bauer, que, como ele, frequentou por longos anos o ninho dos tucanos.