Blog do Prisco
Coluna do dia

Nau à deriva

A União Progressista bateu em retirada e desembarcou do governo Lula. A federação, formada pelo PP e pelo União Brasil, dois pilares do famoso Centrão, decidiu romper de maneira oficial e antecipada.

Se entregaram os cargos com tanta antecedência — a 13 meses das eleições — é porque já não acreditam mais na recuperação de Lula III. E não se trata de jogo de cena: quem não seguir a decisão sofrerá consequências partidárias via regimento da federação, Conselho de Ética e, em último caso, expulsão.

O movimento deixa em péssima situação o senador Davi Alcolumbre, presidente do Senado, alinhado ao Planalto e ao STF, peça-chave do consórcio.

Currículo

Alcolumbre é figura marcada pela dependência e pelas amarras políticas. Tem processos e interesses que o prendem ao Supremo, além de manter suas indicações em agências reguladoras, ministérios e espaços da Esplanada. Sua postura é de submissão total ao consórcio Lula-STF.

Esplanada

Agora, a pergunta é inevitável: como fica Davi Alcolumbre? Será pressionado por Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP)? Ou será tratado como exceção?

Rotina

A tendência é clara: Lula enfrentará cada vez mais rupturas semelhantes. O mesmo pode ocorrer com MDB, Republicanos e, inevitavelmente, com outras siglas que hoje compõem sua base.

Incógnita

E o PSD? Com três ministérios, segue em cima do muro. Mas até quando?
O presidente nacional Gilberto Kassab é homem de confiança de Tarcísio de Freitas, que já fala como liderança nacional, defende a anistia e sinaliza como presidenciável em 2026. O PSD não poderá protelar indefinidamente.

Respingos

Essa demora desgasta o partido em Santa Catarina. O caso mais visível é o do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que se apresenta como “bolsonarista-raiz”, mas segue atrelado a um partido que ainda apoia Lula. Contradição gritante.

Governador

Por outro lado, a saída da União Progressista favorece o governador Jorginho Mello, que consolida a federação em seu projeto de reeleição, com Esperidião Amin candidato natural à reeleição ao Senado.

Ventos favoráveis

O cenário fortalece Jorginho Mello e amplia o isolamento de João Rodrigues. O prefeito de Chapecó segue sem viabilidade, sem discurso e sem base partidária sólida.
Sua pré-candidatura, que já patina há um ano, fica ainda mais enfraquecida diante do quadro político nacional que não conspira a seu favor.