Blog do Prisco
Coluna do dia

Nau à deriva

O Brasil está literalmente sem rumo. Temos criticado muito, ultimamente, o Poder Judiciário na figura do Supremo Tribunal Federal, corte que tem se especializado em decisões monocráticas, injustas, no abuso de poder, em encaminhamentos visivelmente arbitrários, enfim, sempre de forma seletiva.

Aos amigos do poder, vista grossa. Àqueles que são tidos como inimigos, os rigores da lei — e mais do que isso — sempre afrontando a Constituição. As supremas togas avançam o sinal e transformam o país em um verdadeiro caldeirão. Tanto é assim que pesquisas mostram que a rejeição, a desaprovação do STF, é maior do que a do Congresso Nacional. Algo jamais imaginável.

Em qualquer país do mundo, sequer institutos de pesquisa realizam avaliação do desempenho do Judiciário, porque nos Estados Unidos e nos países da Comunidade Europeia, o recato e a discrição prevalecem no comportamento dos juízes e magistrados, diferentemente do que ocorre aqui.

Vergonha

Neste país, eles são figuras políticas, figuras públicas, que vivem se manifestando, dando entrevistas, conferências, palpitando, dando pitaco em tudo, se metendo em áreas que não lhes cabem e usurpando atribuições de outros Poderes, como o Executivo e, especialmente, o Legislativo.

Dupla

Por falar em Legislativo, na quinta-feira à noite, o presidente da Câmara, Hugo Motta, decidiu pela cassação de Eduardo Bolsonaro e do delegado Ramagem.

Fora

Ambos buscaram um autoexílio nos Estados Unidos, porque estavam sendo perseguidos pelo ministro Alexandre de Moraes, que os tem como refugiados.

Motivação

Por que fez isso Hugo Motta? Porque, na votação de Carla Zambelli, que ele imaginava seria cassada, isso não ocorreu. Depois, preliminarmente por decisão de Moraes e, em seguida, na Primeira Turma, o Supremo tratou de ratificar, confirmar a cassação.

Convencimento

Então, Motta teve que convencê-la a renunciar ao mandato para evitar um enfrentamento entre dois Poderes.

Prevenção

Para não ser novamente surpreendido, o deputado resolveu sequer levar o assunto ao plenário, que é absolutamente soberano. As grandes decisões são do plenário.

As reações serão inevitáveis, especialmente da oposição, mas a grande verdade é que Hugo Motta está mais perdido do que cego em tiroteio.

Ninguém gosta

Sempre tentando dar uma no cravo e outra na ferradura. Fazer média com a oposição e, depois, com o governo. Querendo agradar gregos e troianos, Motta acaba desagradando a todos.

Fraco

Ele tem sido um péssimo presidente da Câmara. Já no Senado, Davi Alcolumbre demonstra firmeza na condução, mas é uma figura cuja trajetória deixa um verdadeiro rastro de destruição pelo caminho, extremamente vulnerável, inclusive sob o aspecto ético e moral.

Fanfarrão

Como não gostou da escolha de Lula da Silva para substituir Luiz Roberto Barroso no STF, Alcolumbre acabou desencadeando uma verdadeira batalha, uma guerra contra o governo. Lula optou por Jorge Messias, um radical, extremista de esquerda, advogado-geral da União.

Moeda de troca

O presidente do Senado, por sua vez, queria seu antecessor, o senador Rodrigo Pacheco. A dosimetria foi aprovada no plenário, mas, logo na sequência, o Senado, de forma escandalosa, aprovou novas iniciativas do governo no campo econômico, com mais impostos e taxações.

Foi por isso que tantos senadores governistas fizeram corpo mole na votação da dosimetria.

Feliz Natal

A explicação está aí. Depois da dosimetria, a meta era aprovar essas matérias — e assim ocorreu também na Câmara dos Deputados. No apagar das luzes, na madrugada, no final dos trabalhos, antes do recesso, veio o presente de Natal ao trabalhador, ao empresário, a quem verdadeiramente faz este país andar: a aprovação de novos impostos, impondo aos brasileiros de bem ainda mais encargos tributários.

Feliz 2026!