A situação eleitoral do PSD em Santa Catarina é preocupante. Senão vejamos. João Rodrigues, prefeito de Chapecó, está há um ano e meio na estrada como pré-candidato. Nas pesquisas, em algumas não muito confiáveis, aparece com 20, 22 pontos percentuais de intenção de voto. Sejamos razoáveis: que ele tenha um capital eleitoral de 15%, 18% no limite.
Nessa realidade, ele chega ao patamar que é, mais ou menos, a intenção de voto da esquerda em Santa Catarina.
O pessedista tem feito movimentos, circulado pelo estado, patrocinado encontros regionais, inclusive uma concentração estadual em comemoração ao seu aniversário, mas o projeto — ou a candidatura — não sai do chão.
Está patinando há 18 meses, a ponto de algumas lideranças pessedistas partirem para conversações em torno da figura do ex-governador de dois mandatos, Raimundo Colombo.
É verdade que o lageano perdeu as últimas duas disputas ao Senado, mas é um nome estadualizado.
Currículo
Até porque já participou de cinco eleições majoritárias, enquanto João Rodrigues disputou quatro, mas todas municipais em Chapecó.
Parece que essa conversa não sensibilizou Raimundo Colombo.
Há, também, um grupo de pessedistas já vinculado ao projeto de reeleição do governador Jorginho Mello, a começar pelo prefeito Topázio Silveira Neto.
Sinalização
Sem falar nas claras sinalizações de Orvino de Ávila, de São José, e de outras lideranças municipais e regionais do partido de Gilberto Kassab.
Tudo ou nada
Então, João Rodrigues precisou radicalizar, prometendo a renúncia no dia 23 de março, data da comemoração do aniversário em Chapecó.
É uma clara tentativa de convencer a própria militância partidária de que, efetivamente, ele será candidato.
Água pelo queixo
Quando o cidadão precisa recorrer a esse tipo de artifício, é porque a situação é desesperadora — e o desespero fica caracterizado nos últimos vídeos produzidos pelo prefeito chapecoense, especialmente um em que ele ataca um veículo de comunicação nacional.
Tem um bom roteiro, mas seu linguajar é uma vergonha, completamente fora do contexto, digno de políticos de terceira ou quarta classe, com palavrões inaceitáveis para alguém que deseja a projeção que diz desejar.
Vale tudo
A desculpa é de que o tal vídeo viralizou.
Na verdade, quem viralizou foi o desespero.
A postura de João está muito longe da esperada para alguém que pretende ser candidato a governador.
Outra realidade
Esse tipo de comportamento é útil para quem participa de eleições proporcionais — que é o caso dele.
João, que outrora carregou a alcunha de João “Verdade” quando era radialista, já participou de várias disputas. Foi deputado estadual, federal, mas, na majoritária, o cidadão que vai entregar a chave do seu estado quer alguém equilibrado, ponderado, capaz de formular críticas — inclusive duras — sem perder as estribeiras.
Fora do tom
Não é esse tipo de manifestação que vai sensibilizar o cidadão ou o eleitor a votar em um candidato desse quilate, de baixíssimo nível.
Pulando fora
Não bastasse isso, Ratinho Júnior mergulhou, submergiu, desapareceu.
O pai, empresário com inúmeros interesses, vai transferir o domicílio para o Paraguai. O objetivo é um só: pagar menos impostos para Lula e o PT.
Como é que o filho vai ser candidato à Presidência se o próprio pai bate em retirada?
Realidade
Ratinho já fala abertamente em candidatura ao Senado.
Tanto é que, depois do lançamento ou da apresentação de Flávio Bolsonaro como candidato à Presidência, ele deu uma tímida declaração — e nada mais.
Bahh
Sobra para o PSD Eduardo Leite, que foi eleito governador gaúcho no segundo turno contra o liberal Onyx Lorenzoni com os votos da esquerda — a começar pelos votos do PT.
O PSD, não custa lembrar, tem três ministérios no governo Lula.
É esse o palanque que o PSD catarinense deseja para emplacar João Rodrigues candidato ao governo?
Eis a pergunta que fica no ar a partir de agora.








