Léo Mauro Xavier Filho
O cidadão é o sujeito de uma sociedade democrática, seu coração, mas muitas vezes se vê relegado a figurante de uma trama conduzida por grupos políticos dominantes. De um lado, está quem trabalha, paga impostos e sonha com uma sociedade justa. Do outro, um sistema que deveria servir ao coletivo, mas que frequentemente é manipulado para preservar privilégios e reforçar estruturas de poder.
Esses grupos moldam narrativas sedutoras, falam em modernização e inclusão, mas na prática constroem engrenagens voltadas à sua própria sobrevivência política. O sistema passa a girar em torno de acordos de bastidores, favores trocados e manutenção de cadeiras, enquanto o cidadão, que deveria ser protagonista, é afastado da cena. O resultado é a descrença, e a democracia corre o risco de se reduzir a um ritual burocrático, a um jogo de cena, vazio de participação real.
Mas a política não é o problema. O problema é o uso distorcido dela, quando o bem comum é substituído por conveniências e cálculos eleitorais. Quando o debate público se converte em disputa de egos, a cidadania se fragiliza. Infelizmente, e muito claramente nos dias atuais, o país está refém das narrativas edas retóricas de um jogo político que está cansando a sociedade, a quem trabalha, paga impostos, empreende gerando emprego e renda.
E é justamente aí que mora a esperança: cada vez que o cidadão se organiza e se reconhece como sujeito ativo, o sistema acusa, treme. A sociedade civil organizada, através de entidades representativas de classe e movimentos sociais, desde que se abstenham de qualquer viés ou interesses ideológicos, buscando puramente o desenvolvimento social e econômico da nação, mostram que é possível transformar indignação em ação, silêncio em voz e desconfiança em mobilização.
O desafio é não ceder ao cansaço, é insistir em ocupar espaços, cobrar transparência e manter viva a chama da participação. O sistema pode parecer impermeável, mas a história prova que ele cede quando a forçasocial e coletiva se levanta, a voz das ruas atemoriza os dominantes.
Porque, em essência, o poder não pertence a grupos políticos nem a elites momentâneas. O poder pertence ao povo, e é dele que deve vir a energia capaz de corrigir rumos, equilibrar forças e ressignificar o sistema. A esperança é que o brasileiro não desiste nunca!