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O significado eleitoral da filiação de Mário Hildebrandt ao PL

Confirmada para hoje à noite a filiação do prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (D), ao PL. A ficha será assinada na sede do partido, em Florianópolis, com o aval do governador Jorginho Mello e a presença de inúmeros deputados, secretários e lideranças políticas.

A chegada de Hildebrandt às hostes liberais – hoje ele é a grande liderança política do Vale do Itajaí – tem um significado eleitoral importante: Jorginho Mello indicará o cabeça de chapa na terceira maior cidade do estado e o prefeito apresentará o nome a vice-prefeito.

Um vice inclusive que poderá estar filiado ao MDB, formando uma dobradinha PL-MDB com João Paulo Kleinübing (E) na cabeça de chapa.

E por que o MDB? Porque pessoas muito próximas a Mário Hildebrandt podem se filiar ao Manda Brasa para consolidar a parceria preferencial do governador já com vistas também ao pleito de 2026.

Não está descartada, ainda, a possibilidade de, nesta composição, o MDB apresentar o candidato a prefeito na figura do deputado estadual Egídio Ferrari. O parlamentar vem se fortalecendo muito junto ao eleitorado blumenauense. As pesquisas terão um peso significativo nesse contexto.

Egídio é delegado de polícia e poderia neutralizar de alguma maneira o discurso de Odair Tramontin, do Novo, que é promotor aposentado.

O único entrave para o deputado liderar a chapa é o fato dele estar de mudança para o MDB. Egídio se elegeu pelo já extinto PTB.

O governador gostaria de alguém do PL na cabeça. Aí entra João Paulo Kleinübing, que lidera as pesquisas para consumo interno dos partidos na Capital do Vale.

Outro aspecto a ser considerado. Com JPK de candidato a prefeito, a eleição seria sangrenta entre ele e Odair Tramontin.

Os dois disputaram, palmo a palmo, a vaga de segundo turno contra o próprio Mário Hildebrandt em 2020. Kleinübing foi para o segundo round por menos de 2 mil votos de dianteira sobre Tramontin.

Em compensação, Odair Tramontin, quando se candidatou a governador em 2022, fez a mesma votação de 2020 na cidade. Teria que ter feito pelo menos o dobro dos votos há dois anos, considerando-se que ele é de Blumenau.

O fator Décio Lima não conta. O PT desidratou em Blumenau. O fato de Tramontin ter apenas repetido a votação que fez a prefeito como candidato a governador o enfraquece.

O perfil de Egídio Ferrari teria o condão de distensionar um pouco a disputa. Odair Tramontin não teria elementos para atacá-lo.

Por outro lado, há a leitura de que João Paulo, respaldado por Jair Bolsonaro, Jorginho Mello e o Mário Hildebrandt, mesmo que tentem resgatar situações pretéritas, é um nome forte e que tem uma base eleitoral sólida em Blumenau, cidade que ele administrou por duas vezes e de cujo eleitorado recebeu apoio maciço nas eleições a deputado estadual e federal.

foto>divulgação

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