Blog do Prisco
Destaques

Oportunismo histórico!

Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, o notório, trabalha com tudo nos bastidores para conquistar, pasmem, seu quinto mandato de presidente do Senado e, por consequência, presidente do Congresso Nacional.

O emedebista pode ter aumentado seu cacife, que nos bastidores ainda é tido como alto, ao declarar que apoiará as reformas de Jair Bolsonaro, notadamente a da Previdência.

Tal posicionamento é de um oportunismo poucas vezes visto na história desse país. Renan já foi da chamada tropa de choque de Fernando Collor, lá no começo dos anos 1990. Depois migrou para a base de Fernando Henrique Cardoso. Sob FHC, o alagoano emplacou, vejam só, de ministro da Justiça.

Escolha que foi muito criticada, à época, pelo então governador de São Paulo e fundador do PSDB ao lado de Fernando Henrique, Mário Covas, já falecido.

Se o voto para a escolha do comandante do Senado for secreto, como parece que vai ser, as chances de Esperidião Amin (PP) bater o notório senador emedebista diminuem. Sobretudo se houver mais de uma candidatura contra Renan Calheiros num contexto em que Tasso Jereissatti (PSDB) se ensaia como postulante. É uma tentativa clara de dividir os votos nordestinos na Câmara Alta, mas que pode se diluir se houver vários nomes concorrendo.

Tibieza

Se Renan segue com força no Senado, o mesmo não se pode dizer em seu curral eleitoral.

Ele conquistou novo mandato de senador na bacia das almas. Foi o segundo nas eleições e viu o terceiro colocado em seus calcanhares depois de contabilizados todos os votos.

Na verdade, o alagoano só volta ao Senado porque teve toda a ajuda possível e imaginável do filho, que foi reeleito governador com cerca de 70% dos sufrágios. Sem falar que os Renan’s não devem ter poupado recursos durante a campanha!

Extremos

Vale lembrar, ainda, que Renan Calheiros também só se reelegeu porque ficou ao lado de Lula e o poste da vez em 2018, Fernando Haddad. O PT tem maioria em Alagoas. E agora, poucos dias antes de assumir o novo mandato, o notório senador já discursa sinalizando que está disposto a pular para a nau de Bolsonaro. Realmente, oportunismo pouco é bobagem.

DNA traidor

O voto secreto favorece Renan Calheiros, em tese, porque muita gente que tem vergonha de votar nele, mas quer acabar com a Lava Jato, pode fazê-lo se sua escolha não vier a público. Em 2015, Luiz Henrique da Silveira sentiu as dores da traição na pele. Ele resolveu peitar o alagoano e dois foram para disputa no voto. LHS contabilizava ter quase 50 votos, mas no final recebeu 27. Significa que pelo menos 20 senadores o traíram naquela eleição.

Dário

Entre os que roeram a corda naquele ano estava, segundo o ex-executivo da JBS, Ricardo Saud, o também catarinense e correligionário de Luiz Henrique, Dário Berger. De acordo com a delação de Saud, ele teria recebido R$ 1 milhão para votar em Renan, que venceu a disputa com LHS.

Ingratidão

Isso que Dário Berger só se elegeu senador, em 2014, porque teve o respaldo total de LHS e foi carregado pelo MDB. Ele venceu nos pequenos municípios, mas perdeu em 90% das grandes cidades. Mesmo assim, Dário, segundo Ricardo Saud, votou em Renan, ajudando a derrotar justamente seu grande cabo eleitoral daquele pleito.

Incógnita

Esperidião Amin está em campanha pela presidência do Senado. Se for mesmo candidato, ele não poderá contar com o voto de Dário Berger que, novamente, não votará em um conterrâneo. Os dois são arqui-inimigos pessoais e partidários em Santa Catarina, onde MDB e PP têm rixa histórica.

A grande incógnita é saber como vai se posicionar Jorginho Mello (PR), que está estreando na Câmara Alta. Se nada mudou desde a campanha eleitoral, sabe-se que Mello, digamos, não morre de amores por Amin. A conferir!

Posts relacionados

Bancada da Serra participa de reunião com o presidente da Assembleia

Redação

Adriano Silva sinaliza para candidatura já em 2026

Redação

Governo de SC busca apoio em Brasília para que dinheiro investido em estradas federais seja descontado da dívida com a União

Redação