Coluna do dia

Passividade corrupta

Mesmo tendo viajado para bem longe (Noruega e Rússia), Michel Temer não consegue sair da pauta negativa em torno do seu nome. Enquanto seus generais estão na linha de frente, fazendo todos os movimentos, insuspeitos ou não, para assegurar o mínimo de 172 votos na Câmara e evitar que avance a investigação que deve ser proposta por Rodrigo Janot até o começo de julho (o procurador-geral, que também vem tendo atuação política em pontos bem fora da curva e, portanto, suspeitíssimos), a Polícia Federal colocou mais peso sobre as fileiras do comandante. Principalmente por se tratar da PF. Não é um “mero” delator. Nem um político de oposição. Nem a mídia.

Mesmo ainda inconcluso, o relatório preliminar do inquérito da PF sobre o presidente, já entregue ao Supremo Tribunal Federal, aponta prática de corrupção passiva da parte de Temer e do notório Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado, amigão do peemedebista e ex-homem da mala hoje preso em Brasília.

A Federal pediu mais tempo para se posicionar sobre a suspeita de obstrução de Justiça. A conclusão virá com a perícia do áudio do não menos notório Joesley Batista em conversa com o presidente na surdina do Palácio do Jaburu.

 

Fechando o cerco

A outra acusação que pesa contra o chefe da nação é a de organização criminosa.  Janot e Temer estão em guerra. O procurador vai denunciar o presidente, mas está se cercando de mais elementos para pressionar o Congresso, aonde, neste momento, Temer teria os votos necessários para barrar o processo. O problema é neste emaranhado de senões, e entre um tiro de bazuca e outro, a situação passou de qualquer limite aceitável.

 

Sentimento

Há assessores próximos a Raimundo Colombo estão com a carta de exoneração dos cargos para serem entregues no dia 31 de dezembro de 2017. Significa que acreditam piamente que o chefe renunciará até o fim do ano. Seria a senha para um acordo de “sobrevivência” com o PMDB. Mas há outras variáveis neste contexto e ainda muitas águas, e talvez cabeças, para rolar até lá.

 

Justiça social

Carmen Zanotto atua para acelerar a tramitação, na Câmara Federal,  do projeto de lei que reconhece os pacientes renais com os mesmo direitos das pessoas com deficiência. Recentemente, a catarinense recebeu o presidente da Federação Nacional das Associações de Pacientes Renais Transplantados no Brasil (Fanapar), Renato Padilha. Ele reforçou o pleito neste sentido. Além de uma questão legal, é questão humanitária.

 

Na ponta

Sempre despertando paixões (favoráveis e contrárias), o deputado Jair Bolsonaro já aparece liderando a Pesquisa do Instituto Paraná feita com eleitores do Distrito Federal. Tem quase 20% da preferência. Joaquim Barbosa (14%) e Lula da Silva (13%) são os outros dois mais bem posicionados.

 

Derrota

Michel Temer talvez já não seja mais o mesmo no Congresso. Ontem, a proposta de reforma trabalhista foi barrada na segunda comissão em que foi analisada, a de Assuntos Sociais. O placar foi de 10 a 9 para a oposição. A proposta ainda não morreu (ainda passará por outras comissões e pelo plenário), mas sem dúvida foi um aviso ao Planalto.

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