Jorginho Mello aproveitou o evento que formalizou a Federação União Progressista, em Brasília, para mandar uma série de recados. E olha que foi um discurso curtíssimo, com duração de menos de três minutos.
O primeiro recado foi aos colegas governadores, enaltecendo a importância da União, não apenas deles, mas também dos partidos políticos, buscando um projeto único de poder com vistas à disputa presidencial de 2026.
Na sequência, o recado foi para Carlos Bolsonaro. Foi o que transpareceu aos mais atentos quando o governador disse que é fundamental a discussão de ideias, mas que o debate e a divergência precisam ficar restritos ao campo das ideias. O catarinense defendeu a união da direita.
Ora, dias atrás, Carlos “Carluxo” Bolsonaro havia acionado a metralhadora giratória na direção dos governadores pré-candidatos à Presidência da República: Romeu Zema, Ronaldo Caiado, Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior.
Pegou mal
Situação incômoda, desagradável para Jorginho Mello. Afinal de contas, três deles integram o Conselho Sul e Sudeste, o Cosud. Aliás, Jorginho não foi à reunião deste colegiado. Mandou a vice, Marilisa Boehm. Evidentemente, o governador ficou desconfortável, mas aproveitou para deixar claro que efetivamente está alinhado aos governadores, apesar das críticas de alguém que poderá vir a integrar a chapa majoritária que ele vai liderar no projeto de reeleição em 2026.
Palmas
Por último, o líder catarinense foi direto quando pediu aplausos a Jair Bolsonaro. Se, no começo da fala, ele chamou a atenção do filho 02, Carluxo, ao mesmo tempo pediu aplausos ao principal líder entre os conservadores brasileiros, o ex-presidente da República.
Perseguição
Bolsonaro é um injustiçado, e Jorginho verbalizou essa verdade. O ex-presidente foi tornado inelegível por uma reunião com embaixadores. Algo surreal. E, depois, no fantasioso e fictício “golpe” de 8 de janeiro, em que ele foi incluído e está sendo julgado — mais um absurdo neste país embretado por um grupelho que só pensa em uma coisa, aliás, em duas: dinheiro e poder, poder e dinheiro. Não necessariamente nessa ordem.
Cardápio
Mais do que isso: Bolsonaro foi alvo de uma série de medidas cautelares, inicialmente prolatadas pelo relator Alexandre de Moraes, que proibiu o acesso dele às redes sociais e exigiu que se recolhesse à noite à sua residência.
Ah, tá
Como supostamente o ex-presidente teria burlado a questão das redes sociais, porque filhos postaram falas dele, Alexandre, o diminuto, decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, que, paralelamente a isso, enfrenta uma série de problemas de saúde em decorrência do atentado de 2018, ocorrido antes de ser eleito presidente da República.
Laços
A partir dessa fala, Jorginho consolida sua ligação com Jair Bolsonaro, mas sem deixar de puxar a orelha do filho e, ao mesmo tempo, deixando muito claro o seu completo alinhamento aos colegas governadores. Além, é claro, de marcar posição em relação ao apoio da nova federação à sua reeleição.
Clicks
Jorginho não só marcou presença no evento como posou para fotos com Ciro Nogueira e Antônio Rueda, presidentes do União Brasil e do PP, agora integrantes da Federação União Progressista.
Morrendo na praia
Evidentemente, ele consolida o apoio dessa federação à sua reeleição, isolando completamente o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que não tem com quem coligar para enfrentar uma eleição em torno da qual lideranças pessedistas já se mostram céticas — acreditando que essa intenção vai morrer literalmente na casca.