Manchete

Pré-eleição na Capital: PL dando sopa pro azar ou estratégia de longo prazo?

Eleição para prefeitura de Floripa 2024 e o jogo sucessório de 2026 estão a todo vapor nas conversas, nas articulações e no noticiário.

Há atentos observadores da cena política de Florianópolis avaliando que o PL está “dando mole” para o PSD e o grupo do deputado Júlio Garcia ao não apresentar nome para a cabeça de chapa. O vácuo liberal poderia ser sanado apresentando-se a pré-candidatura de um deputado/a estadual ou federal na Capital do Estado. O nome da vez, como carta na manga, contudo, deve ser o do ex-deputado Bruno Souza (foto), que acaba de sair do Novo e já está acertado para alistar-se no PL.

Há quem aposte que ele seria aproveitado no governo estadual para disputar novamente uma vaga na Câmara Federal em 2026. O nome mais especulado, nesse caso,  nos bastidores da Capital, pelo PL, seria o da campeã de votos à Alesc em 2022, Ana Campagnolo.

Florianópolis é um dos polos que poderá ser determinante para o legítimo projeto de reeleição, ou não, de Jorginho Mello lá em 2026.

Esse “ajuntamento”, termo utilizado pelo nosso observador, ao redor do prefeito Topázio Neto, estaria formando uma espécie de Titanic encalhado – o alcaide não estaria superando o teto de 35% nas pesquisas mesmo sem adversário com bloco na rua. O que parece não ser suficiente para impedir a reeleição dele.

É aí que pode morar o perigo para Jorginho Mello. Isso porque se o PSD leva a eleição em Chapecó com João Rodrigues – o que é muito provável – e em Joinville com Adriano Silva, do Novo, mas com apoio dos pessedistas, o que também não pode ser descartado; o deputado Julio Garcia, que já tem o Sul do Estado sob controle, é quem ditará os rumos políticos em três das principais cidades de Santa Catarina com vistas às eleições a serem transcorridas daqui a dois anos e oito meses.

Em tal contexto, ficaria fragilizada a posição de Jorginho porque com Chapecó, Joinville, Criciúma e também a Capital na mão, o Centrão Barriga-Verde, sob a batuta de Julio Garcia, poderia isolar Jorginho (PL) numa ponta e Décio Lima (PT) noutra. A menos, claro, que Ana Campagnolo ou Bruno Souza aceitem a candidatura pelos liberais e com apoio irrestrito de seus principais líderes. Tanto nacionais quanto estaduais.
O governador, não se pode perder de vista, contudo, continuará contando com a força de Jair Bolsonaro no Estado. Mesmo que o ex-presidente permaneça inelegível até lá.

Não bastasse isso, o PL na Capital ainda não disse a que veio, sem lideranças consolidadas e boas de voto. Não por acaso, estão “importando” Bruno Souza no contexto partidário; e Ana Campagnolo, no domicílio eleitoral.

É fato que o lançamento de uma candidatura liberal em Florianópolis, com Jair Bolsonaro pegando junto, fortaleceria a posição do governador entre o eleitorado manezinho. De quebra, teria o condão de potencializar o número de vereadores a serem eleitos pela legenda na Capital.

No entanto, se Topázio e seu Titanic encalhado pegarem embalo, com o PL empurrando já em primeiro turno, Julio Garcia dá um grande passo para seu grupo sitiar a Casa d’Agronômica para 26.

foto>Bruno Collaço, Ag. Alesc , arquivo

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