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Manchete

Recordar também é viver

Resgatar a história é honrar o passado, valorizar o presente e apostar tudo em um futuro vitorioso. Por isso, hoje vamos relembrar um episódio que marcou época em Santa Catarina no século passado. Trata-se do maior personagem político da nossa trajetória: o lageano Nereu de Oliveira Ramos. Há exatamente 70 anos, no dia 11 de novembro, no Rio de Janeiro, ele assumia a Presidência da República, na condição de primeiro vice-presidente do Senado.

O país vivia uma verdadeira situação de imprevisibilidade, não se sabia efetivamente o que iria ocorrer. Em agosto de 1954, Getúlio Vargas optou pelo suicídio. Seu vice-presidente, Café Filho, assumiu. Em 1955, foram convocadas eleições. Mas a UDN, liderada por Carlos Lacerda, fez de tudo para impedir sua realização.

Manobras

Mesmo assim, houve o pleito, com a eleição de Juscelino Kubitschek de Oliveira, do mesmo PSD de Getúlio Vargas, apoiado pelo PTB — igualmente criado pelo getulismo — tendo como vice João Goulart. Depois da eleição, mais uma vez os udenistas tentaram impedir a investidura de Juscelino.

Militar

Foi nesse momento que se insurgiu o general Henrique Teixeira Lott, então ministro da Guerra. Como Café Filho teve que deixar a presidência, assumiu o presidente da Câmara, Carlos Luz. E como estava no ar um golpe para impedir a posse de JK, Lott deixou o ministério, fez um movimento militar e assegurou a legalidade, com o Congresso destituindo Carlos Luz.

Catarinense

Quem assumiu? O catarinense Nereu Ramos, que juntamente com Lott foram os dois que asseguraram a posse de Juscelino Kubitschek de Oliveira, em 31 de janeiro de 1956.

Timaço

Houve outros protagonistas catarinenses nesse dia. Além de Nereu, que entregou a faixa para Juscelino, quem presidiu a sessão foi o senador Carlos Gomes de Oliveira, presidente do Senado, catarinense de Joinville. E quem presidiu a cerimônia religiosa foi Dom Jaime Câmara, arcebispo do Rio, natural da cidade de São José, vizinha de Florianópolis.

Barba, cabelo e bigode

No Supremo Tribunal Federal, estava outro catarinense ilustre: Luiz Gallotti, natural de Tijucas. Ele foi procurador-geral da República, interventor federal em Santa Catarina em 1945 para assegurar as eleições que sufragaram o nome de Aderbal Ramos da Silva.

Com M maiúsculo

Luiz Gallotti também integrou a Assembleia Constituinte de Santa Catarina, foi procurador-geral da República e, durante 25 anos, ministro do Supremo Tribunal Federal. Santa Catarina, com esses nomes valorosos, que marcaram época — e que continua revelando novos nomes — merece colocar no Senado um estrangeiro?

Que tempos!

Depois de senadores tão ilustres como o próprio Nereu Ramos e tantos outros na história, e agora essa situação imposta no contexto político estadual. Fica aqui a reflexão.

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