Blog do Prisco
Manchete

Reforma tributária é avanço, mas exceções elevarão alíquota, avalia FIESC

Para a entidade, texto aprovado pelo Senado nesta quarta-feira, dia 8, melhora significativamente o sistema na comparação ao modelo atual, mas se não forem feitos ajustes na Câmara, País perderá a oportunidade de alinhar-se às práticas internacionais que dão melhores condições de competitividade empresarial

 

A simplificação dos tributos e a redução da cumulatividade (sobreposição de tributos ao longo das fases da cadeia produtiva) são importantes avanços trazidos pelo texto da reforma tributária aprovado pelo Senado nesta quarta-feira, dia 8, avalia a Federação das Indústrias (FIESC). Contudo, o elevado número de exceções a diversos setores, incluído no texto final do Senado, vai aumentar a alíquota geral (que deve ficar entre 26% e 27,5%) que será paga pela grande maioria dos contribuintes, provavelmente a maior do mundo. “Se isso não for revertido na Câmara, o País desperdiçará uma oportunidade de potencializar o aumento da competitividade da economia brasileira, sobretudo a da indústria”, alerta o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar.

Ele destaca que é importante reconhecer que a reforma é uma evolução relevante em relação ao sistema vigente, contudo, a Câmara dos Deputados precisa aprimorar o texto que saiu do Senado. “Ao elevar a alíquota geral para beneficiar setores menos expostos à competição internacional, estamos perdendo a oportunidade de potencializar a competitividade da indústria brasileira, que é motor do desenvolvimento. Isso terá impactos no longo prazo, determinando o país que seremos no futuro. Queremos ser exportadores de commodities ou de produtos industrializados que agregam valor à produção?”, questiona.

Ele lembra que países que retiraram do regime geral setores sem rigorosos critérios técnicos estão tendo problemas, pois criam novamente complexidade desnecessária no sistema de arrecadação e trajetórias crescentes da carga aos demais setores.

Outro ponto de atenção na volta do texto à Câmara é a manutenção do ajuste feito no Senado, com participação da FIESC, sobre os critérios de distribuição do fundo regional, garantindo recursos para os estados do Sul e Sudeste. “Nossa bancada deve estar atenta para evitar que o critério seja alterado”, diz Aguiar.

A CBS (federal) e o IBS (estadual e municipal), que tributam o consumo, são formas de Imposto sobre Valor Agregado. Esse tipo de tributo incide somente sobre o que foi agregado em cada etapa da produção de um bem ou serviço, excluindo valores pagos em etapas anteriores. O IVA já é adotado em mais de 170 países. A ideia é acabar com a incidência de tributação em “cascata”.

Pontos do projeto aprovado no Senado:

Trava: A fim de impedir o aumento da carga, o texto prevê uma “trava” para a cobrança de impostos sobre o consumo, ou seja, um limite que não poderá ser ultrapassado. O limite para a carga tributária será a média de arrecadação de 2012 a 2021, na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB), representada pelas receitas com PIS/PASEP, COFINS, IPI, ISS e ICMS.

Compensação: O Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) é um dos instrumentos incluídos na PEC para reduzir discrepâncias entre os estados brasileiros. Os recursos do fundo serão aportados anualmente pelo governo federal. De R$ 8 bilhões em 2029, os valores devem chegar a R$ 60 bilhões em 2043. Do total, 30% serão distribuídos para os estados por critério populacional e 70% com base em um coeficiente de sua participação no Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Com informações do Senado

Posts relacionados

Seleme lidera chapa única para sucessão de Aguiar na FIESC

Redação

Prefeito de Itajaí visita a Intermodal e volta a criticar a reforma tributária por ameaçar competitividade catarinense

Redação

Atividade econômica de SC cresce 6,8% no primeiro bimestre

Redação