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Rodovias, saúde e ferrovias figuram entre temas apontados por entidades na Alesc Itinerante

Entidades da região Oeste apresentaram demandas em áreas como saúde, logística, educação e inovação durante sessão da Alesc Itinerante em São Miguel do Oeste

 

Investimentos em rodovias, ensino, ampliação de leitos do Hospital Regional Terezinha Gaio Basso e criação de ferrovia no Oeste Catarinense foram alguns dos pleitos apresentados pelas entidades durante sessão da Assembleia Legislativa realizada na tarde desta terça-feira (10), em São Miguel do Oeste.

Anfitrião do evento Alesc Itinerante, o prefeito de São Miguel do Oeste, Edenilson Zanardi, foi o primeiro a se pronunciar no período compreendido às entidades. No total, 15 associações e organizações utilizaram a palavra pelo tempo de cinco minutos.

“É muito importante essa descentralização do Poder Legislativo para que todos os parlamentares vejam como nossa economia é forte e pujante. Exportamos suínos, aves, temos uma grande produção leiteira e crescemos muito na construção civil”, disse, citando o setor de saúde como um dos pontos cruciais e carentes de melhoria. “É uma honra receber a Assembleia e aproveitamos a oportunidade para pedir melhorias no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso e um posto avançado do Hemosc”.

Demarcação indígena

O representante do Movimento de Defesa de Propriedade de Dignidade e Justiça Social (DPD), Leocir Roque Dacroce, usou os seus cinco minutos na tribuna para criticar a demarcação de terras indígenas.

“Temos a maior concentração de produção de proteína animal do mundo em nossa região e por uma canetada, todos os processos ficam nas mãos do ministro Edson Fachin”, disse. “Criamos esse movimento no ano 2000, pois corremos o risco de parte do território catarinense produtor virar território indígena, sem que historicamente nenhuma aldeia existisse ali. Isso representa perda de produção, representa um problema grave.”

Núcleo de Inovação do Leite

As professoras da Udesc, Edlamar Adamy e Marlene Bampi abordaram a criação do Núcleo de Ciência e Tecnologia e Inovação do Leite e suas instalações, o que possibilitou a inovação em uma das áreas economicamente mais produtivas da região, a produção de leite.

“Já adquirimos equipamentos que devem chegar ainda este mês em Pinhalzinho”, disse Bampi. “A ideia é desenvolver novos produtos, fazer análises de ponta e voltado ao princípio de valorizar a cadeia leiteira do Oeste e de toda Santa Catarina”.

UTI Neonatal e Hemosc

Joari Santos Júnior, representante do Conselho das Entidades Empresariais de São Miguel do Oeste, pediu aos membros do Parlamento Catarinense a criação de uma força-tarefa para que a região receba uma UTI neonatal, além do ponto de coleta do Hemosc.

“Hoje precisamos buscar sangue em Chapecó para atender nossos pacientes”, completou. “Não é uma sede do Hemosc, é um posto para doação e coleta”.

“Morar Bem” e infraestrutura urbana

Carlos Roberto Scariot, presidente da União das Associações dos Moradores de Bairros (Uamb) de São Miguel do Oeste, trouxe ao plenário a questão que ele qualificou como “morar bem”. Scariot trouxe pedidos de melhoria para as rodovias da região e, ao final, cobrou aumento de leitos nos hospitais da região.

“Geralmente as estradas federais são projetadas para escoamento e não para habitação. E muitos bairros localizados às margens de rodovias. Precisamos de humanização”, disse.

“Sobre a nossa saúde pública, tenho certeza de que a Assembleia Legislativa pode ajudar o governo do Estado para que São Miguel do Oeste receba mais leitos de UTI”.

Resposta da Secretaria de Estado da Saúde

Respondendo aos questionamentos e pedidos de criação de leitos no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, anunciou que será realizada uma obra de R$ 19 milhões para ampliação da unidade. Ao mesmo tempo, revelou que será alterado o contrato com a empresa gestora do hospital.

“É uma obra física, de ampliação, mas queremos mais maleabilidade no contrato para ampliar o atendimento”, disse.

Sobre o Hemosc, Demarchi ressaltou que irá levar a questão para a análise logo após o término da Alesc Itinerante. Ele ainda ressaltou que a ampliação de leitos e credenciamento de novos serviços evitaram o colapso na oferta de leitos.

“Enfrentamos uma sobrecarga de leitos de UTI e só não colapsou porque atuamos na ampliação. A saúde não para, os desafios não param. A SES está sempre à disposição dos parlamentares catarinenses para busca de soluções”.

Ampliação do Hospital Regional

O Hospital Regional Terezinha Gaio Basso conta atualmente com 92 leitos e 10 destinados à UTI. A unidade é referência para um universo de 230 mil moradores de 30 municípios, além de atender emergências, como acidentes.

Essas foram as informações repassadas pelo diretor geral, Rodrigo Lopes, que acrescentou que emergências passaram de 9 mil por trimestre.

“A nossa taxa de ocupação é sempre maior de 100% e a de UTI sempre superior a 98%”, destacou, informando que com a ampliação a unidade chegaria a 158 leitos. “70% das nossas cirurgias são de emergência e com a ampliação poderíamos aumentar o número de cirurgias eletivas”.

Ferrovia no Oeste Catarinense

A logística também foi abordada pelo presidente da Cooperativa Alfa, Romeo Bet, que fez uma explanação da importância da associação para a economia catarinense. A cooperativa conta com 23 mil associados e está presente em 96 municípios. Com faturamento de R$ 8,8 bilhões, a cooperativa investiu R$ 2,1 bilhões em infraestrutura na comunidade local.

Para Bet, mesmo com números tão expressivos, a indústria de Santa Catarina teria oportunidade de ser mais competitiva.

“Precisamos encabeçar novamente a questão das ferrovias. Se não tivermos essa estrutura para trazer ração e matéria-prima, não poderemos competir. Precisamos que os deputados se engajem para trazermos o transporte ferroviário”, afirmou.

R$ 3,5 bilhões para estradas de SC

O secretário de Estado da Infraestrutura, Jerry Comper, abordou o programa Estrada Boa que, segundo ele, representa um investimento de R$ 3,5 bilhões em obras estruturantes de manutenção.

“No Grande Oeste são R$ 2,2 bilhões investidos aqui, além de repasses de R$ 490 mil aos municípios”, disse. “Quem passar pelas estradas de Santa Catarina verá como estamos realizando obras. Temos 6.300 quilômetros de malha viária estadual e restando agora 1.300 a pavimentar”.

Fibra ótica e energia no campo

Mais antiga cooperativa em atuação no Estado, a A-1 apresentou pleitos do agronegócio e incluiu questões relacionadas às rodovias em sua manifestação. O representante da entidade, Adriano Luiz Perin, lembrou que a proibição de tráfego de veículos com peso acima de 55 toneladas encarece os produtos tanto para o produtor como para o consumidor final.

Ele também apresentou demanda de ampliação de rede de energia trifásica e cabos de fibra ótica no meio rural.

“Infelizmente, no meio rural essa instalação anda a passos lentos. Os operadores preferem expandir para áreas com maior contingente populacional”, completou.

Violência, cidadania e juventude

Um olhar sobre a violência, justiça e cidadania foram as questões citadas pelo representante do Instituto Parceiro Anjo, Luiz Alberto Schoingele. Ele citou que o empreendedorismo é a forma de gerar oportunidades e melhorar o cenário da segurança pública.

“Atendemos 120 jovens e precisamos de respaldo e coragem para enfrentar um problema instalado em nosso país e em São Miguel do Oeste.”

Inovação tecnológica

O diretor do Centro de Inovação e Tecnologia do Extremo Oeste de Santa Catarina (Citeosc), Jungles Wegher, usou seu espaço para anunciar o edital de credenciamento para instalação de empresas de inovação.

“Temos uma cadeia muito importante nesta área. Santa Catarina é conhecida como estado das startups e São Miguel do Oeste é um dos municípios que mais entrega em eventos de base tecnológica”, disse. “E é apenas o início da jornada do empresário de tecnologia”.

“Precisamos de estrada, mas também de um olhar para nossa saúde mental”

De forma emocionada, a presidente da Associação de Pais, Amigos e Autistas de São Miguel do Oeste, Francele Rasche, elogiou as ações da Assembleia Legislativa junto à comunidade e elencou ações realizadas de forma voluntária pela entidade.

“Precisamos de estrada, de rodovia, de economia, mas precisamos de olhar mais atento sobre essas crianças e principalmente sobre os profissionais assolados pela saúde mental”, afirmou.

“Professores estão com crianças autistas, sobrecarregados. É desafiador. Temos famílias doentes e precisando de apoio. Não temos profissionais para atender esse público tão carente”.

Unoesc agradece aproximação com o Parlamento

O reitor da Unoesc São Miguel do Oeste, Vitor Carlos D’Agostini, usou dos cinco minutos na tribuna para agradecer a realização da Alesc Itinerante em sua unidade de ensino e a “proximidade” entre instituição e deputados.

“Nunca tivemos a grata e seleta oportunidade de termos tão próximos todos os membros do Parlamento Catarinense”, disse. “A Unoesc, como instituição comunitária representando toda uma região, sente-se grata de receber a Alesc Itinerante”.

Associação defende cuidados com o Rio Uruguai

Rodrigo Semim, representando a Associação dos Amigos do Rio Uruguai e Afluentes do Mondaí (Aarum), abordou a filosofia da organização, que busca trabalhar conscientização e ecologia.

“Nosso foco é em atuação na gestão de resíduos sólidos e dos afluentes do rio Uruguai.”

IFSC apresenta projeto premiado de EJA

Finalizando a sessão destinada às entidades, os representantes do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) apresentaram uma ação baseada na educação de jovens e adultos e que foi agraciada com a Medalha Paulo Freire como uma das cinco melhores do país.

“As ações estão voltadas ao nosso microterritório e focadas em pessoas que não tiveram a oportunidade de concluir estudos na juventude”, disse Diego Albino Martins, diretor geral da unidade.

foto>Bruno Collaço, Ag. Alesc

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