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Safra da esperança

Além da importância para a segurança alimentar do País, o setor primário em geral e a agricultura em particular têm uma capacidade extraordinária de gerar respostas econômicas. Por isso, importantes lideranças nacionais vêm defendendo uma estratégia de Estado – e não apenas de governo – para o agronegócio brasileiro, como a saída mais rápida e mais viável da crise em que se meteu o Brasil.

Não há dúvidas da importância da agricultura e do agronegócio para o futuro, pois, o Brasil faz parte de um grupo restrito de países com grande potencial econômico em razão de três fatores: superfície agrícola com mais de 140 milhões de hectares, PIB maior que 1 trilhão de dólares e  população acima de 80 milhões de pessoas. O Brasil terá um grande papel no cenário mundial porque a segurança alimentar é condição essencial para a manutenção da paz universal. Produzir mais alimentos, aumentando a produtividade e intensificando a sustentabilidade, num contexto de crise é um grande desafio.

Nesse ambiente, a estimativa da produção de grãos para a próxima safra (2016/17) poderá ficar entre 210,5 e 214,8 milhões de toneladas, de acordo com projeções da Conab. Isso significa um crescimento até 15% em relação à safra anterior (2015/2016), que atingiu 186,4 milhões de toneladas.

O arroz retomou áreas não cultivadas na safra anterior, com uma produção entre 11,6 e 12 milhões de toneladas. Já o feijão primeira safra deve obter produção de 11,9 a 18,7% superior à safra passada. A projeção para a soja é de crescimento entre 6,7 e 9% na produção, podendo atingir de 101,8 a 104 milhões de toneladas.

Base de imensas cadeias produtivas, como a avicultura e a suinocultura, o  milho, também primeira safra, deverá atingir patamar superior em relação à produção do período anterior, após três anos consecutivos de queda. Esse fato, aliado a importação de milho dos Estados Unidos, dará alguma tranquilidade às agroindústrias. Entretanto, o mercado terá que conviver com a escassez de milho até meados do próximo ano, na entrada da próxima safrinha. Só em maio de 2017, quando for conhecida a produtividade da safrinha é que o mercado deve voltar à normalidade, que é paridade de exportação.  A expectativa é que os preços, ainda firmes no segundo semestre de 2016 e a escassez do produto, estimulem a semeadura do grão. Se o clima contribuir, a produção pode ultrapassar 60 milhões de toneladas de milho, o que traria o mercado brasileiro para um equilíbrio.

São incríveis os efeitos que uma projeção de safras em elevação produz:   aumenta a taxa de confiança,  reduz incertezas políticas, mitiga a retração da atividade econômica, aumenta o consumo, estimula investimentos, baixa a inflação, reduz o desemprego etc. Não há duvida: a saída está na agricultura.

 

José Zeferino Pedrozo – Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc)

 

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