Diante da manifestação da chapa liderada pelo atual provedor, inscrita para eleger a nova diretoria da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos e publicada na quarta-feira pelo blog (veja abaixo), o grupo de oposição, pilotado por Laudares Cappella, enviou nova manifestação a esta espaço, Confira
CHAPA 2- TRADIÇÃO E MORALIDADE
Em Defesa da Transparência e Moralidade na Irmandade
A Chapa 2 “Tradição e Moralidade” agradece a oportunidade de exercer o direito de réplica para esclarecer as “inverdades” apontadas pela atual Provedoria em sua contestação. Nosso objetivo, e de todos os irmãos que prezam pela saúde da Irmandade Senhor Jesus dos Passos, é garantir a transparência, a moralidade e a sustentabilidade de uma instituição tão relevante para Florianópolis.
Analisaremos, ponto a ponto, a resposta da Provedoria, com o devido respeito à história e aos membros da Irmandade, mas com a firmeza necessária para buscar a verdade e a boa gestão.
Balanços Publicados, Mas Não Aprovados: A Falha na Transparência Real
A Provedoria afirma que os balanços de 2019 a 2022 foram devidamente publicados em jornais, mas convenientemente ignora o ponto central: a publicação não substitui a aprovação em Assembleia Geral Ordinária. A Irmandade se compromete com a aprovação formal de suas contas, algo que a atual gestão não conseguiu cumprir.
A alegação de “tumulto” causado por integrantes das chapas, que teria levado à suspensão de duas assembleias (em 31 de janeiro de 2024 e 04 de setembro de 2024), é uma tentativa de desviar a atenção da falha de governança da própria Provedoria. O que o Provedor chama de “tumulto” foi, na verdade, a legítima manifestação de descontentamento e a busca por esclarecimentos por parte dos irmãos. Se as contas estivessem claras e transparentes, por que não foram aprovadas em duas oportunidades? A recusa em aprovar os balanços pelos próprios membros é o maior indicativo de que a gestão não conseguiu demonstrar a clareza e a lisura necessárias.
Auditoria Independente: Um Pedido Essencial Negado Arbitrariamente
A Provedoria se apega ao fato de que a Irmandade já possui auditoria externa pela Martinelli Auditores. Contudo, nossa proposta de uma auditoria independente não visa desqualificar o trabalho da Martinelli, mas sim apurar exclusivamente o significativo aumento do passivo da Irmandade, algo que a auditoria corrente, aparentemente, não conseguiu esclarecer para a satisfação dos irmãos.
É fundamental reiterar que, na Assembleia de 04 de setembro de 2024, o irmão Fernando Carioni, em pleno direito, propôs a realização dessa auditoria independente. Inesperadamente, o presidente da solenidade, Sr. Gustavo Fabiano Vieira Costa – atual candidato a Provedor pela Chapa 1 “Caridade, Futuro e Fé” –, agiu de forma monocrática e autoritária, indeferindo o pedido sem sequer submetê-lo à votação da Assembleia, e encerrou a sessão. Isso não é transparência; é cerceamento do direito dos irmãos e um claro indicativo de que há algo a ser escondido, ou no mínimo, não há vontade de esclarecer as dúvidas que pairam sobre as contas.
Balanços de 2023 e 2024: Falha do Conselho Fiscal e Informação Incompleta
A Provedoria tenta justificar a não publicação dos balanços de 2023 e 2024 nos jornais (ao contrário dos anos anteriores) pelo “afastamento” de membros do Conselho Fiscal, o que impediu o parecer desse órgão. Diante disso, surgem perguntas ainda mais pertinentes:
- Por que os membros do Conselho Fiscal renunciaram ou se afastaram de seus cargos? Quais foram as razões que levaram o órgão fiscalizador da Irmandade a ficar sem parte de seus membros, impactando diretamente a fiscalização das contas?
- Por que foi divulgada uma informação sem a respectiva anuência do órgão fiscalizador? A ausência do parecer do Conselho Fiscal nos balanços de 2023 e 2024 é uma grave falha de governança. O Conselho Fiscal é o guardião dos interesses dos irmãos na fiscalização das contas. Publicar balanços sem esse parecer é, no mínimo, temerário e desrespeita a estrutura de fiscalização da Irmandade.
A simples “disponibilidade no site” não substitui a formalidade e a validação do Conselho Fiscal, especialmente em um contexto de tantas dúvidas sobre a saúde financeira.
Processos Judiciais e Dívida: Crescimento Significativo e Falta de Detalhes
A Provedoria minimiza o aumento do número de ações cíveis, de 176 para 226, como “crescimento insignificante de demandas”. Perguntamos: um aumento de 28,5% no número de ações cíveis em pouco mais de 6 anos é realmente insignificante? Para uma entidade filantrópica, cada processo representa um risco financeiro e uma carga de trabalho significativa.
Observamos a ausência da publicação do número de ações trabalhistas, que representam um passivo significativo e muitas vezes oneroso. Para fins de transparência, não seria oportuno tornar essa informação pública também?
A menção da quitação de duas dívidas importantes (quase R$5 milhões por R$1,5 milhão e a dívida da Celesc com redução de 90%) é positiva, mas e as demais dívidas? Por que não publicizar o panorama geral? A Irmandade ainda está em uma situação de endividamento sério, e a quitação de alguns passivos não apaga o quadro geral. A Provedoria afirma que a dívida “não foi constituída na atual gestão” e que o Ministério Público “arquivou o procedimento”. É vital reiterar que o arquivamento do MP significa que não houve constatação de irregularidade criminal, mas não atesta a saúde financeira da Irmandade nem a eficiência da gestão na resolução dos problemas crônicos de dívida que persistem.
A Irmandade precisa de uma gestão que não apenas “gerencie” o passivo com as receitas de aluguel, mas que tenha um plano robusto para reduzir efetivamente a dívida e garantir a perenidade financeira da instituição.
Conclusão: Compromisso com a Verdade e o Futuro da Irmandade
As justificativas apresentadas pela atual Provedoria não dissipam as dúvidas, mas as reforçam. A não aprovação dos balanços, a negativa arbitrária de uma auditoria independente, a ausência do parecer do Conselho Fiscal e a minimização de dados alarmantes sobre o passivo são pontos que exigem um novo rumo para a Irmandade.
A chapa 2, “Tradição e Moralidade”, reitera seu compromisso com a verdade, a transparência e a gestão ética, sempre visando o bem maior da Irmandade Senhor Jesus dos Passos. É tempo de resgatar a confiança e garantir um futuro próspero para nossa amada instituição.
LAUDARES CAPELLA
Candidato a provedor- CHAPA 2 TRADIÇÃO E MORALIDADE
Chapa de oposição tenta salvar Irmandade do Senhor dos Passos