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Manchete

Sinais de fadiga

Não é novidade para ninguém o potencial eleitoral de Jair Bolsonaro em Santa Catarina. Tudo começou em 2018, quando ele se lançou candidato à Presidência como azarão e conseguiu canalizar o sentimento e o voto antipetista. Algo que Geraldo Alckmin e tantos outros não conseguiram fazer.
Naquele pleito, o poste Fernando Haddad – Lula da Silva estava preso e inelegível – polarizou com Bolsonaro, filiado ao extinto PSL, que levou a melhor.
A onda foi tão forte que, em Santa Catarina, o PSL elegeu um coronel dos Bombeiros da reserva, um ilustre desconhecido, Carlos Moisés da Silva, como governador do Estado.
Por apenas 18 mil votos, Bolsonaro também poderia ter eleito o jovem ex-vereador de Tubarão, Lucas Esmeraldino, ao Senado.
Mas, além do governador e da vice, Daniela Reinehr, Bolsonaro também elegeu seis deputados estaduais e quatro federais. Considerando-se o governador e a vice, foram 12 mandatos.

Nem aí

Ele foi presidente da República e não deu muita atenção administrativa a Santa Catarina com a “preciosa” contribuição de Moisés da Silva, que se afastou de Jair Bolsonaro logo depois da eleição. Inclusive com críticas ao então presidente na mídia nacional.

História recente

Chegamos a 2022. A dúvida era se haveria um repeteco de 2018 ou se seria ainda maior a onda conservadora. E assim o foi. Jorginho Mello acabou eleito governador. Até com certa facilidade. Tem muita experiência e longa história de mandatos. Foi vereador, quatro vezes deputado estadual, tendo sido presidente da Alesc; conquistou dois mandatos de federal e, em 2018, elegeu-se senador também na onda Bolsonaro.

Ligações

Tanto Jorginho como Esperidião Amin de alguma maneira foram favorecidos por Bolsonaro. Amin, porque era muito próximo dele – cumpriram três mandatos de deputado federal juntos. E Jorginho, porque trazendo Magno Malta indiretamente, se vinculou ao ex-presidente.

Duas dezenas

Além do governador e da vice, eleitos na onda novamente há um ano e sete meses, também foi eleito o senador Jorge Seif na majoritária, tendo sido ungido como um filho, o 06, pelo líder conservador. Levou quase 1,5 milhão de votos. Na proporcional, foram eleitos na onda conservadora 11 estaduais e seis federais. Estamos falando de 20 mandatos, todos vinculados ao ex-presidente.

Lacuna

E em 2020, no meio do mandato de Bolsonaro, ele não interferiu no pleito, até porque estava no meio do exercício da Presidência. Não veio para campanha, o que sinaliza que fará agora. Terá tempo pra isso. Qual o grau de influência de Bolsonaro nas eleições municipais do país? Será decisivo? Ou prevalecerão as realidades locais, estaduais?

Conservadorismo

Santa Catarina está na ponta como estado mais bolsonarista, considerando-se os 10 maiores colégios eleitorais do país.

Peso

Contra Haddad, ele fez 76% dos votos no segundo turno e contra Lula foram 70% dos sufrágios. Números nada desprezíveis.

Incógnita

O que se pergunta é o seguinte: Bolsonaro exercerá influência nas eleições deste ano? Já algumas pesquisas apontam que o peso de Bolsonaro neste pleito será pequeno.

Futurologia

E em 2026, quando estará há quatro anos inelegível e sem mandato? Em 2018, ele encarnou o voto antipetista, elegendo-se. Em 2022, como presidente, perdeu, mas tinha o cargo máximo do país.

Saúde fragilizada

Será que agora ele será um cabo eleitoral com capacidade de decidir as eleições? Outro aspecto, Jair Bolsonaro também anda com a saúde abalada, baixando hospital com alguma frequência.

Termômetro

O pleito deste ano, entre tantas outras coisas, irá mostrar também o grau de influência de Bolsonaro, sobretudo nos maiores colégios eleitorais do país, já sinalizando para o processo sucessório nacional e nos estados.

foto>Reprodução/X

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