Blog do Prisco
Coluna do dia

Um espetáculo circense sem fim

Espetáculo patético e deprimente: assim pode ser definido o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete colaboradores de seu governo no suposto “golpe” de 8 de janeiro — que não passa de uma ficção fantasiosa.

Alexandre de Moraes mostra que não está em seu melhor momento, talvez desestabilizado pelas ofensivas do governo Trump.
Ele se perdeu completamente ao fazer uma manifestação política antes mesmo da leitura do relatório sobre Jair Bolsonaro. Até as pombas da Praça XV sabem que pedirá a condenação do ex-presidente.

Em vez de um voto técnico, fez um discurso de ativismo político, mandando recados: não apenas a Donald Trump, afirmando que “o Brasil não aceita interferência estrangeira”, mas também a Tarcísio de Freitas, que defende pacificação a partir da anistia.

Eu sou a lei

Alexandre de Moraes deixou claro que, segundo ele, aquilo que considera “impunidade” não pode ser usado como instrumento para acalmar o país.
Ministros da própria Suprema Corte perceberam o deslize, já que o julgamento foi politizado às claras — algo que ele próprio sempre negou.

Trio

O veredito já estava escrito: afastar Bolsonaro da vida pública.
E como acreditar em um julgamento onde os ministros se revelam magistrados engajados?

Na segunda turma, dos cinco integrantes, a decisão ficará praticamente nas mãos de três:

Cristiano Zanin, advogado de Lula por anos, hoje presidente da turma;

Flávio Dino, ex-PCdoB, ministro da Justiça de Lula, notório desafeto de Bolsonaro;

Alexandre de Moraes, que já se pronunciou contra Bolsonaro e, portanto, seria suspeito em qualquer país sério.

Os outros nomes, Cármen Lúcia e Luiz Fux, igualmente nomeados por governos petistas, também compõem o cenário.

Lulista

Zanin foi advogado de Lula quando este foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Lava Jato.
Lula ficou preso 580 dias em Curitiba, só sendo libertado e “descondenado” por decisão do STF — contrariando nove magistrados diferentes que haviam confirmado sua culpa.

Comunista

Flávio Dino, ex-PCdoB, duas vezes governador, eleito senador em 2022, virou ministro da Justiça de Lula e depois foi guindado ao Supremo. Sempre foi opositor ferrenho de Bolsonaro.

Lista

E Alexandre de Moraes completa o trio: secretário de Segurança de Geraldo Alckmin (hoje vice-presidente), ministro da Justiça de Temer, e hoje o rosto da perseguição contra Bolsonaro.

Inacreditável

No exterior, observadores chegam a imaginar que isso é uma piada — que tamanha arbitrariedade não poderia estar acontecendo em um país que se diz Estado Democrático de Direito.

Mas aqui, a realidade é outra: a democracia foi violentada, a liberdade está sequestrada, e a própria liberdade de expressão está sentada no banco dos réus.