Coluna do dia

Vergonha suprema

Dos seis ministros do TSE que votaram, acertadamente, pela aplicação da Lei da Ficha Limpa para vetar a candidatura presidencial de Lula da Silva, condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, dois são naturais de Santa Catarina. Admar Gonzaga, de estilo discreto, e Jorge Mussi, ex-presidente do TJSC. Ou seja, quase 30 % formação do TSE é catarinense.

Mussi proferiu um dos votos mais consistentes.  E objetivo. Não deixou margem a dúvidas quanto à clareza da Lei da Ficha Limpa, que não permite a condenados por um colegiado de juízes (caso de Lula da Silva) a participação em pleitos eleitorais. “É inequívoca a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa”, sentenciou o magistrado.

Na outra ponta, o voto único, solitário, a favor de Lula, envergonhando o Judiciário e o Brasil, partiu do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Absurdamente, ele deu valor a um parecer de dois integrantes, entre 18, do Comitê de Direitos Humanos da ONU.

 

Comitê amigo

Os dois integrantes da Organização das Nações Unidas são clara e sabidamente amigos do PT no Brasil. Uma vergonha sem precedentes. Até porque, o tal comitê da ONU, hoje uma entidade dominada por grupelhos ideológicos, deu um despacho meramente administrativo. Sem qualquer alcance jurídico. Um ministro do STF jamais poderia se curvar a uma recomendação companheira de tal natureza.

 

Média

Edson Fachin, na verdade, quis fazer uma média com a comunidade petista no país. Até para que o seu passado de militância e discursos contundentes, a favor do MST e da candidata Dilma em 2010, não sejam esquecidos. A conferir como ele vai se comportar na relatoria da Lava Jato daqui por diante. Até aqui, Fachin foi correto, observando a letra fria da leia.

 

Acinte

Fernando Haddad, o vice na chapa do impedido de Lula da Silva, tinha agenda em Curitiba ontem. Iria se aconselhar com o chefe sobre a melhor estratégia depois que o TSE indeferiu, corretamente, o pedido de candidatura do ex-presidente, preso e condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. Curioso, pra não dizer outra coisa, nessa história toda é que a sede da Polícia Federal na Capital do Paraná transformou-se num comitê eleitoral do PT. Qualquer preso comum só tem direito a visitas periódicas de familiares e de advogados. No caso de Lula da Silva, é uma verdadeira romaria eleitoral. Mais um acinte, um verdadeiro deboche.

 

Suprapartidário

Não deve ser debitado apenas na conta do desastroso governo Michel Temer o sinistro que consumiu 200 anos de história nas chamas que acabaram com o Museu Nacional, no Rio. O diretor da instituição tentou, sem sucesso, alertar o presidente. Mas a asfixia financeira do museu começou em 2014, ano em que também começou a derrocada da ex-gerentona, da mãe disso e daquilo, quando o Brasil já começava a agonizar sob Dilma.

 

Silêncio companheiro.

Estranhamente, em 2014, 2015 e 2016, nenhum grão-petista ou zeloso representante da nossa cultura havia reclamado. Agora, não adianta chorar o leite derramado. Também porque, Temer só virou presidente porque o PT votou nele em 2010 e em 2014, em duas alianças articuladas e avalizadas por Lula da Silva.

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