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As costuras de Bauer, Amin e Kleinübing

Não passa uma semana em Brasília (exceção óbvia ocorrerá agora por conta do recesso parlamentar) sem que o trio Paulo Bauer (PSDB), Esperidião Amin (PP) e João Paulo Kleinübing (PSD) não se reúna para passar em revista o cenário político com vistas ao pleito do ano que vem.

Embora Kleinübing esteja no PSD, a sintonia entre ele e o governador do PP é finíssima e inclinada para uma possível candidatura a governador do líder tucano.

A afinidade entre Amin e Kleinübing vem de décadas. Começou em 1978, quando o pai de João Paulo, o ex-governador Vilson Kleinübing, coordenou a campanha do pepista a deputado federal.

Em 1982, Amin foi ao governo, venceu e Vilson foi eleito o deputado federal mais votado daquele ano.

Quatro anos depois, o então deputado federal concorreu ao governo pelo PFL, apoiado por Jorge Konder Bornhausen. Amin lançou Amílcar Gazaniga. Mas apesar das idas e vindas, os dois sempre estiveram próximos e mantiveram uma convivência política.

Renúncia

Já em 1994, Vilson Kleinübing renunciou ao governo e disputou o Senado. Era para ser na chapa encabeçada por Esperidião Amin, mas na última hora o pepista decidiu disputar a presidência, lançado a esposa Angela candidata a governadora.

Palanque

Bornhausen (PFL), por sua vez, liderou outra chapa. Principalmente para dar palanque a Fernando Henrique Cardoso em Santa Catarina. Sabia que as chances de vitória sobre a própria Angela ou Paulo Afonso Vieira, do PMDB, eram diminutas.

Senado

Kleinübing disputou o Senado pelo PFL da mesma maneira e trabalhou muito mais por Angela do que pelo correligionário JKB. Por pouca ela não venceu aquele pleito, mas contabilizados os votos, Paulo Afonso foi o eleito.

 Camarote

Evidentemente que João Paulo, hoje deputado federal, acompanhou várias dessas passagens de “camarote.” E a exemplo do pai, mantém proximidade com Esperidião Amin.

Aliás, Amin, João Paulo,  assim como o próprio Jorge Bornhausen, podem acabar se aliando a Bauer. Raimundo Colombo pode compor também. Pelas mãos de JKB, que voltou a ser o conselheiro número um do governador depois da morte de LHS.

Dobradinha

Paulo Bauer foi vice-governador de Esperidião Amin entre 1999 e 2002.

Isolamento

Todas essas articulações podem acabar isolando o PMDB. Principalmente se PSDB, PSD, PP e o PSB de Paulo Bornhausen estiverem juntos. Também porque o PT já anunciou que na hipótese de segundo turno, estará onde o PMDB não estiver. Os petistas não engolem o impeachment de Dilma Rousseff e a consequente ascensão de Michel Temer.

Na trincheira

Evidentemente que neste contexto há o fator Gelson Merisio. O pré-candidato está mobilizadíssimo, atraindo partidos, fazendo reuniões e percorrendo o Estado. Se lá adiante ele perceber que a composição é o melhor caminho, um acordo com Bauer não está descartado.

Trânsito

Como líder do PSDB no Senado, Bauer aprimorou ainda mais o excelente trânsito que já tinha com os principais caciques tucanos. Ou seja, aumentou sua influência. E embora não esteja na presidência da seção catarinense da legenda, ele pilotará, como já está fazendo, as conversações acerca das alianças.

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