Blog do Prisco
Manchete

A eleição em Tubarão e os reflexos estaduais

Tubarão terá novo prefeito a partir do próximo dia 7 após a renúncia de Joares Ponticelli (PP) e Caio Tokarski (UB). O vereador Gelson Bento (PP), que já vem respondendo pela prefeitura desde fevereiro, na condição de presidente da Câmara, a priori não participará como candidato.
Aliás, qualquer cidadão com domicílio eleitoral na Cidade Azul e em dia com a Justiça Eleitoral pode se apresentar como postulante ao paço municipal. O detalhe é que os eleitores são apenas os 15 vereadores da cidade.
Na sexta-feira passada, oito parlamentares, na presença do prefeito em exercício, Gelson Bento, reuniram-se e fecharam o acordo.
Tudo leva a crer que o PSD encabeçará a chapa com um vice do PP. O nome natural não seria o de Gelson Bento, filiado ao PP, mesma legenda de Ponticelli? Na verdade, não.
O ex-prefeito está no partido só cumprindo tabela. É uma questão de tempo para Ponticelli desembarcar do PP. Para quem não lembra, ele não participou das eleições em favor da candidatura de Esperidião Amin ao governo em 2022. Respaldou o nome de Moisés da Silva, que não chegou ao segundo turno.

Aposta

Na eventualidade do ainda Progressista não ter os direitos políticos cassados a partir da renúncia ao mandato, não se descarta uma dobradinha dele com o próprio Moisés. Lá em 2026.

Federal e estadual

O ex-governador disputaria a Câmara dos Deputados e Ponticelli buscaria uma das 40 vagas na Alesc, onde ele já cumpriu quatro mandatos, além de ter sido presidente da Casa.

Espaço e amizade

O PP já tem deputado estadual de Tubarão, que foi eleito com o apoio do ex-prefeito. É o seu amigo Pepê Collaço.
Ponticelli não tem mais ambiente no PP e o partido não o quer mais. Até pelo seu gesto de infidelidade.

De fora

Ele sequer participou da convenção que homologou o nome de Amin para cabeça de chapa no ano passado.

Parceria

Mas qual a explicação para o ex-prefeito ceder em favor do PSD? Moisés tem tricotado com os pessedistas e participou do evento com o chefão nacional do partido, Gilberto Kassab, em Florianópolis no mês de junho.
O atual presidente do PSD, Eron Giordani, foi secretário da Casa Civil de Moisés por um ano e meio.

Canelada

Republicanos e PSD não estiveram juntos na eleição de 2022 porque Moisés não aceitou Eron de vice. O dirigente pessedista acabou compondo chapa com Gean Loureiro, do UB.

Nos bastidores

Ponticelli e o deputado Julio Garcia já estão acertando o baralho. O PSD ficaria com o mandato-tampão em Tubarão enquanto o ex-prefeito deve buscar abrigo no Republicanos.
O prefeito a ser eleito indiretamente no mês que vem ficará no cargo até 31 de dezembro de 2024.

O ungido

O nome do PSD é o do presidente interino da Câmara de Vereadores, Jairo Cascaes. Dependendo das circunstâncias, ele poderá até disputar a reeleição. Em outubro do ano que vem haverá eleição municipal.

Grupo

Cascaes já tem oito parlamentares ao seu lado, a maioria da Casa, podendo chegar a 10 vereadores apoiando seu projeto. Dificilmente alguém de fora da Câmara disputará a eleição suplementar. Tudo dependerá, ainda, dos entendimentos, ou não, entre Joares Ponticelli e Julio Garcia.

Favoritismo

A partir do afastamento, pela Justiça, de Joares e Caio da prefeitura, quem se fortaleceu sobremaneira para o pleito municipal do próximo ano foi o secretário da Casa Civil, deputado estadual licenciado, Estener Soratto Filho (PL). Apoiado por Jorginho Mello.

Aliança

Com Cascaes eleito para o mandato-tampão, o PSD e o Republicanos, considerando-se que Moisés da Silva fez sua carreira profissional em Tubarão, podem formar uma frente para tentar enfrentar o favoritismo de Soratto.

Sutileza

Ao fim e ao cabo, o que se observa no contexto político estadual é sempre o PSD se posicionando como o contraponto ao PL do governador.

Escolha

Tanto é assim que a direção do partido fez questão de deixar claro que a investidura do deputado federal Ricardo Guidi na Secretaria de Meio Ambiente e Economia Verde foi uma decisão pessoal do parlamentar. O PSD não está na oposição a Jorginho Mello. Mas tem uma postura de independência dentro e fora da Assembleia Legislativa.