Blog do Prisco
Manchete

A esquerda decente

Nas últimas horas, muito se tem falado da possível migração de Sérgio Moro para o ainda embrionário União Brasil, partido que nasce da fusão do DEM e do PSL e já chega como o mais rico do país, considerando-se os fundões partidário e eleitoral. Será de cerca de R$ 1 bilhão a fortuna à disposição da nova sigla para este efervescente 2022.
A mudança soa brusca, considerando-se que Moro filiou-se ao Podemos em novembro. Ocorre que as articulações vão muito além da simples alteração do endereço partidário. O Podemos faz parte do projeto. A dificuldade para encontrar um vice para Moro seria equacionada nesta tacada. A presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu, comporia a chapa com o ex-juiz da Lava Jato.
O MBL, que apoiou Bolsonaro em 2018, fechou com Moro e há conversas se adiantando com o Cidadania, ex-PPS, ex-PCB, o que dará vazão aos bolsonaristas que acusam Moro de ser de esquerda.
Nos planos dos articuladores desta frente também o partido Novo. Que não é de esquerda, evidentemente. Muito antes pelo contrário.

Xadrez eleitoral

Mas a presença do Cidadania poderia representar um trunfo para Moro. A esquerda decente, correta, não tem em quem votar. Em Lula da Silva ou em um de seus postes, só vão votar e apoiar os lulofanáticos e aqueles que se lambuzaram no sistema implantado: governar por corrupção.

Pré-campanha

Isso tudo ainda são conversas e projeções. Percebe-se claramente, no entanto, que existe uma estratégia para cacifar Moro junto à esquerda decente, o que lhe faria amealhar votos à direita e à esquerda. É uma jogada deveras arriscada, mas sem riscos ninguém chega a lugar algum. Muito menos na presidência da República deste país.

De SC

O Cidadania, registre-se, tem uma bancada qualificada e respeitada no Congresso Nacional. Entre eles, a catarinense Carmen Zanotto, que se enquadra perfeitamente nestes dois quesitos.

foto>Adriano Machado/Crusoé