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“A ética está na UTI ou já morreu?”

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador José Renato Nalini, adicionou filosofia à programação do 37º Fórum Nacional dos Juizados Especiais (Fonaje), evento que se encerrou na sexta-feira (29), reunindo cerca de 400 magistrados de todo país em Florianópolis. Ele propôs uma reflexão sobre as mutações sociais e éticas da sociedade contemporânea e suas influências no cotidiano do juiz.
Em uma época de certezas transitórias, o presidente do maior Tribunal de Justiça do país discorreu sobre o desafio que vive a magistratura ao deparar com uma agenda moral que a todos surpreende e cobra posicionamentos, tanto na esfera íntima quanto na global.

fenaje natalini“A ética está na UTI ou já morreu?”, questiona o magistrado, desconfiado ainda com a possibilidade dela ter sido substituída pela estética. “A preocupação com a aparência suplanta aquela com o conteúdo”, exemplifica.Porém, acrescenta, a lei está a reboque da realidade e ao juiz cabe enfrentá-la e fazer valer sua vontade concreta. O desembargador acredita ainda que a dúvida que porventura se instala na cabeça do juiz não é um pecado mortal, antes talvez um caminho para encontrar as soluções. “A moralidade está na consciência de cada um”, diz. Nalini, ao final de sua participação em painel realizado nesta manhã, concluiu que, embora envergonhada ou escondida, a moral não foi amputada, apenas anestesiada. E conclamou: “Vamos sair desta ressaca moral!”.

Foto: Hermes Bezerra, TJSC,divulgação