Blog do Prisco
Destaques

A segunda lista de Janot

Com a divulgação esperada para os próximos dias, a segunda lista de denunciados pela Procuradoria Geral da República no escândalo da Lava Jato, chamada de segunda lista de Janot (em alusão a Rodrigo Janot, chefe do Ministério Público brasileiro), gera nova onda de tensão nos meios políticos.

Ela é baseada na delação dos 77 ex-executivos da Odebrecht. Especula-se que deve sangrar ainda mais o PMDB e começar a incomodar bastante o PSDB. O PT, lançado à lona, agora só assiste de camarote às novas fases da força-tarefa e arrefeceu o ímpeto crítico em relação às investigações (pimenta nos olhos alheios é colírio).

Embora a relação dos denunciados chame tanta atenção, por motivos óbvios, o fato é que a primeira lista de Janot, apresentada ao distinto público em março de 2015 (há dois anos, portanto) teve o poder de transformar quatro políticos em réus. Considerando-se o universo de 50 denunciados, o percentual de efetividade foi de apenas 8% naquela primeira leva.

A conferir o verdadeiro poder de fogo da segunda investida do MP contra a corrupção deslavada, desenfreada e endêmica que se estabeleceu neste país.

Farinha

Como já registramos em diversas oportunidades na coluna, Aécio Neves vai sendo envolvido pela Lava Jato, em denúncias tão cabeludas como as que pegaram petistas, peemedebistas e progressistas. Ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior colocou o dedo na ferida: à Justiça Eleitoral, o empresário afirmou que o grão-tucano mineiro foi beneficiado com R$ 9 milhões em 2014, ano eleitoral. Dinheiro, obviamente, de propina.

Tragado

À medida que a Lava Jato avança, o sonho do neto de Tancredo, de disputar novamente a presidência, vai se transformando em pesadelo. Contexto que favorece, até segunda ordem, o governador Geraldo Alckmin. Mas também pairam dúvidas sobre a capacidade de sobrevivência eleitoral do paulista até as convenções do ano que vem.