Blog do Prisco
Coluna do dia

A volta das indenizações

O Decreto 565, de 17 de abril deste ano, assinado por Moisés da Silva, pelo ex-secretário Douglas Borba e pelo titular da Administração, Jorge Tasca, suspendeu o pagamento da indenização por veículo auto motor às três categorias funcionais: Auditores, Procuradores e Defensores.

Agora em agosto, com a pandemia no pico, o regalo voltou aos contracheques destes servidores. Sem qualquer explicação. A decisão do governador, às voltas com impeachment e relatório final da CPI dos Respiradores, enseja vários questionamentos.

Senão, vejamos. A própria pagina do Governo do Estado classifica a quase totalidade do território catarinense com risco gravíssimo de contágio da COVID19. O Poder Executivo ainda faz propaganda da governança digital, de modo a possibilitar o trabalho remoto de parcela significativa doa servidores.

Home Office

O Tribunal de Justiça prorrogou até 30 de agosto o trabalho on line. O que leva atentos observadores do governo estadual a se perguntarem: porque o Centro Administrativo voltou a rodar na folha de pagamento de Auditores, Procuradores e Defensores a indenização de veículo auto Motor?

Coisa rara

Ora, salvo raras regiões, e raras atuações que demandem deslocamento, o trabalho remoto tem sido a tônica do funcionalismo estadual . Logo, sequer há o fato gerador do deslocamento para justificar o pagamento de indenização que esse mês já apareceu em folha de pagamento acima de mil reais por ser proporcional. Mês que vem deve bater na casa dos R$ 3,5 mil.

O meu, o seu, o nosso

É justo isso com a catarinense que o alto funcionalismo receba indenização dessa monta por uso de veículo enquanto o Estado faz propaganda que o trabalho tem sido remoto, ou seja, sem uso do veículo? Moisés da Silva perdeu a bússola do bom senso mínimo no trato da coisa pública.

Mello contra Bolsonaro

Historicamente, desde o início do atual governo federal, Jair Bolsonaro sempre teve as maiores dificuldades e colecionava algumas derrotas acachapantes na Câmara dos Deputados. Nesta quarta-feira, 19,  à noite, contudo, a bomba contra o presidente veio do Senado.

Placar

Por 42 votos contra e 30 a favor, os nobres senadores derrubaram o veto presidencial ao projeto que permite reajuste salarial ao funcionalismo em plena pandemia. O Planalto perdeu a disputa por dois votos.

Calcula-se que o libera-geral pode gerar um rombo fiscal de R$ 100 bilhões nas contas da viúva.

Quem é quem

Os senadores que se mantiveram fiéis a Bolsonaro, numa hora e numa matéria aguda dessas, argumentam, com razão, que os trabalhadores da iniciativa privada não têm direito a aumentos salariais. Pelo contrário. Milhões viram seus contracheques minguarem, bem como as jornadas de trabalho. Outros tantos, perderam os empregos.

Traidores

Pois muito bem. Nas contas do Planalto, três senadores que eram considerados aliados roeram a corda na hora H. Entre eles está o catarinense Jorginho Mello (PL), que vinha tentando se impor como grande interlocutor de Bolsonaro em Santa Catarina. Depois dessa derrapada, Mello tem sido tratado, nos bastidores, de vários adjetivos. Um dos mais suaves é “traidor.”

Até tu, cara-pálida?

Outro senador catarinense, Esperidião Amin, também votou contra o presidente. Não está na conta dos “traidores” pois não fica posando de aliado número 1 de Jair Bolsonaro. Amin, contudo, pelo visto esqueceu aquele vídeo em que o então candidato a presidente, ainda convalescendo da facada em Minas Gerais, gravou e citou seu nome já mais próximo da reta final de campanha. Esse apoio de Bolsonaro foi fundamental para a eleição de Amin. O emedebista Dário Berger não votou. Pra variar.