Blog do Prisco
Coluna do dia

Amigo do amigo

Amigo do Amigo

Na semana passada, o ministro Dias Toffoli tomou uma decisão estarrecedora. Vale relembrar: ele foi advogado do PT e trabalhou para a Casa Civil quando o ministro era Zé, sim, ele, José Dirceu. Posteriormente, Lula da Silva o nomeou para a Advocacia Geral da União, cargo de extrema importância.

Da AGU, Sua Excelência foi indicado para o STF pelas mãos do ex-presidente. Antes disso, esse petista de carteirinha foi reprovado em dois concursos para juiz em São Paulo. Só neste país mesmo para alguém com esse histórico chegar à suprema corte de forma tão atípica. Sem o devido conhecimento técnico e, aparentemente, sem a imparcialidade que deveria guiar o Judiciário brasileiro.

Agora, monocraticamente, Dias Toffoli decidiu anular o acordo de leniência entre a Lava Jato e a empreiteira Odebrecht, firmado em 2016.

Com sua decisão, o ex-advogado do PT invalidou todas as provas obtidas a partir da delação.

O banco de dados da Odebrecht estava repleto de informações. Havia planilhas detalhando as propinas pagas a políticos brasileiros ao longo de muitos anos.

Inclusive, o próprio Dias Toffoli foi citado por Marcelo Odebrecht, filho de Emílio.

Herdeiro

Ele era considerado o príncipe do empresariado brasileiro. Realizaram uma delação com devolução milionária de recursos. Os Odebrechts admitiram as propinas pagas a diversos políticos. Marcelo explicou inclusive o codinome da atual suprema toga: “amigo do amigo do meu pai”.

O “amigo do pai” de Marcelo Odebrecht era o ex-presidente, e Toffoli, amigo de Lula. Simples assim.

Em Causa Própria

Ou seja, o ministro tomou uma decisão sobre um assunto do qual ele estava envolvido, segundo as planilhas da Odebrecht. A empresa tinha informações de repasse de recursos para o próprio Toffoli, incluindo uma reforma em sua residência. Agora, ele decide invalidar tudo.

Calhordice

Em seu despacho, a única argumentação foram os erros da Lava Jato. No entanto, a operação acertou muito mais do que errou. Muito mais.

Desenhem, Por Favor

E por que esses erros não foram detectados pela segunda instância, no TRF-4 de Porto Alegre? A primeira instância era em Curitiba, onde a Lava Jato foi liderada pelo hoje senador Sérgio Moro.

Na corte gaúcha, o presidente deste país teve sua pena aumentada, por sinal, por três desembargadores federais.

Ao Sabor das Conveniências

E mais: se erros foram detectados agora pelo Supremo, por que não foram apontados pelo STJ ou pela própria suprema corte nos casos em que julgou? Então os ministros também erraram? E só agora perceberam? Algo muito estranho.

Perseguição Política

Outro detalhe fundamental: Dias Toffoli destaca que muitas das provas obtidas por procuradores da República, como Deltan Dallagnol, ocorreram de forma equivocada.

Castelo de Areia

E toda a argumentação do ministro para anular a delação é baseada também em provas ilegais, obtidas na Vaza Jato. Provas ilegais embasaram a decisão de tornar provas legais em “ilegais”. A Vaza Jato foi conduzida por hackers de forma criminosa.

Inversão de Valores

Mas para o ex-advogado do PT, valem as provas ilegais que protegem ele e seu grande amigo, Lula da Silva. Há dois pesos e duas medidas no STF, que parece ser um escritório de defesa de Lula e seus aliados.

Libelo à Impunidade

Segundo o ministro, a condenação do ex-presidente foi “um erro histórico”. Baseado em quê? Suas argumentações parecem estar fora do devido processo legal.

No final das contas, apertem os cintos. Estes ministros supremos, do tipo que temos visto, são quem comandam o país, que tem um presidente que só pensa em aproveitar

a vida com viagens ao exterior e se vingar daqueles que considera adversários.