Blog do Prisco
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Análise: o Congresso de joelhos e paralisado

O modelo de trabalho, o modus operandi, escolhido pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, de evitar a denúncia e pedir a abertura de 28 diferentes inquéritos para investigar os lambuzados pelos desvios nos dutos da Petrobras; aliado ao estarrecedor número de parlamentares arrolados, são 45 no total, sendo oito senadores, reúne todos os ingredientes para paralisar o Congresso Nacional este ano.
Não se tem notícia, na história recente “deste país”, de um escândalo tendo como plataforma básica tantas excelências eleitas pelo voto direto. Incluindo-se aí os presidentes das duas Casas Legislativas, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, ambos do PMDB.
Entenda-se por paralisia a não apreciação de projetos fundamentais para o país, agravada também pela guerra entre o Planalto e o PMDB, que já começa a levar capitães e tenentes dos dois fronts para a enfermaria.
A CPI da Petrobras, uma das bases estratégicas do momento belicoso, guindou ao estrelato o desconhecido peemedebista Hugo Motta. Posando de general, ele resolveu, para perplexidade do Palácio do Planalto, criar quatro sub-relatorias na Comissão para esvaziar o poder governista no âmbito do colegiado. Foi além, afirmando que Lula da Silva e Dilma Rousseff também serão investigados. A conferir, até porque a Constituição impediria a investigação sobre quem está na presidência.
Mas o fato é que a guerra demonstra que o governo não controla mais sua ex-base aliada, que virou uma geleia geral. O partido do vice-presidente, o maior do país, está tomando gosto pelo front oposicionista. Ainda mais depois que o partido restringiu as investigações da Lava Jato aos três governos petistas. A presidente encontra-se encastelada, isolada. Seu partido a abandonou e o futuro para ela parece desalentador. Ainda mais tendo como articulador político uma figura do naipe de Aloizio Mercadante, que tem fama de arrogante, inclusive entre várias lideranças petistas de SC, e é não é benquisto no Congresso, por onde passou como senador. É mais munição para os indefesos cidadãos que prometem tomar as ruas no dia 15 de março!