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Baixos índices da educação dominam debate sobre reforma administrativa

Os baixos índices da educação catarinense foram o destaque na reunião da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, realizada na Alesc, na manhã desta terça-feira (23). De acordo com o secretário Natalino Uggioni, que há quatro meses comanda o setor em Santa Catarina, a expectativa é que o cenário comece a mudar ainda em 2019.

Os números apresentados por ele na audiência requerida pela deputada Luciane Carminatti (PT) foram resultado de um estudo realizado pelo Instituto Ayrton Senna. Entre vários itens, chamou a atenção por exemplo o fato de Santa Catarina ser a penúltima colocada no país na evolução na taxa de aprovação – tanto nos anos iniciais quanto nos anos finais – da rede pública entre 2005 e 2017. Por outro lado, comentou Uggioni, na proficiência em língua portuguesa ao final do 5º ano do ensino fundamental o estado é o 4º colocado e o 8º em matemática.

“A educação não dá resultado em curto prazo. Nós, com base nesse diagnóstico, implementamos ações para que as nossas escolas se tornem mais atrativas e para que nossos professores se sintam mais motivados”, explicou. “Assim, apostamos que teremos melhores resultados e que os números a partir de agora já comprovem isso”, disse o secretário.

Uggioni revelou ainda que a secretaria tomou outra medida para programar mais ações voltadas ao futuro da educação catarinense. Em parceria com a Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a pasta está desenvolvendo a Avaliação Santa Catarina. O estudo, que será aplicado em todas as séries, tem o objetivo de mostrar como está todo o setor educacional catarinense. Isso permitirá a implementação de outras estratégias de aprimoramento.

OCDE
Em 2009, o governo catarinense contratou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade internacional formada por 36 países mais industrializados do mundo, para realizar diagnóstico semelhante. Durante oito dias, dez técnicos de nações diferentes percorreram 32 municípios catarinenses.

O grupo conversou com professores, alunos, gestores, servidores, Fiesc e Sistema S, além de terem visitado unidades de ensino, antes de avaliar as políticas educacionais da época e comparar com o que era realizado em outras regiões do Brasil e outros países. O trabalho resultou em um amplo relatório com uma lista de ações que deveriam ser tomadas para elevar os níveis nos anos seguintes. O atual secretário afirmou desconhecer aquela iniciativa. “Tudo que está em curso nesse ano foi planejado no ano anterior. O que estamos fazendo é dar sequência ao que havia sido programado e fazendo uma avaliação ao longo do tempo para reforçar algumas ações, retomar outras que foram descontinuadas e trazermos novas.”

Uma das frentes passa pela atualização profissional dos professores catarinenses. “Temos um programa que já está em curso e que deve iniciar, provavelmente, nesse ano. Trabalharemos um núcleo comum, com temas gerais, e teremos horas voltadas para as disciplinas especificamente”, argumentou. Outra novidade, de acordo com Uggioni, é a possibilidade de escolas que possuam melhor desempenho em uma determinada disciplina possam ajudar outras com nível inferior. A socialização das práticas, concluiu, é uma aposta com grande potencial de sucesso.

 

Alessandro Bonassoli – texto – foto > Rodolfo Espinola
AGÊNCIA AL