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Brasil vende fábrica para a Rússia e importa R$ 80 bi em fertilizantes, diz Zuchi

O deputado estadual Celso Zuchi destacou, no Plenário da Alesc, que a guerra na Ucrânia vai atingir o Brasil, seja no preço do trigo, do petróleo, do gás e, especialmente, na importação de fertilizantes. “O Brasil importa 85% deste produto para os agricultores produzirem os alimentos que chegam à nossa mesa. A Petrobras tinha fábrica no Paraná (Fafen), que foi fechada há pouco tempo e está terminando de construir uma unidade em Três Lagoas (MS), mas ela já foi vendida para o grupo russo Acron”, dispara.

Segundo ele, o presidente Bolsonaro esteve na Rússia em recente viagem fazendo os ajustes finais desta venda. “Em 2021, o Brasil gastou US$ 15,2 bilhões – R$ 80 bilhões – em importações de adubos e fertilizantes químicos e nós fechando e vendendo fábrica para grupos na Rússia.”

Zuchi, que é petroleiro aposentado, defende a Petrobras e a soberania nacional. “Se houvesse um pouco de empenho do governo federal, atenção e incentivo não teríamos os problemas agravados neste momento de crise.”
Ele disse que a briga na Ucrânia é pelo petróleo, recurso natural do qual o Brasil é autossuficiente, mas que está entregando a empresas estrangeiras e importando gasolina e diesel.

“Em 2016, ano do golpe que tirou a presidente Dilma Roussef da presidência, o presidente na época baixou a produção das nossas refinarias para 70%. Quem produzia 1 milhão de barril de petróleo por dia, passou a refinar 700 mil. Os outros 300 mil estamos importando. Por isso, quando pagamos um botijão de gás que custa 110, pagamos R$ 50 para um acionista que está nos Estados Unidos. A mesma coisa acontece com o diesel e a gasolina.”

Outra crítica do parlamentar, ex-prefeito de Gaspar, foi em relação à paridade internacional do combustível em dólar. “Não ganhamos em dólar, o trabalhador brasileiro ganha em real e nosso petróleo é produzido em real. Mas vou abastecer o meu carro e tenho que pagar em dólar.”

Além disso, ele denunciou que há refinarias paradas e comentou que no ano passado, quando venderam a RLAN (Refinaria Landulpho Alves), na Bahia, diziam que se privatizasse ia baixar o preço do combustível. No entanto, enquanto a Petrobras aumentava a gasolina em 1,85% esta refinaria aumentava 7,4%. “Quanto mais privatizar, mais caro nós vamos pagar. E a hora que eles pararem de fornecer, não temos o que fazer.”

Zuchi disse que até quando não tivermos outra alternativa viável, o nosso dia a dia é petróleo. Asfalto, tinta, esmalte, termelétrica a gás, tudo é derivado. “E nós que temos o produto estamos entregando a um preço vil, quase de graça.
Nossa proposta era de que o petróleo fosse industrializado para que os royalties fossem investidos em saúde e educação.”

Finalizando a sua fala, Zuchi lembrou que em 2002, quando o presidente Lula foi eleito, a Petrobras era avaliada em R$ 18 bilhões, Em 2016, quando a presidente Dilma foi afastada do cargo, R$ 120 bilhões.