Blog do Prisco
Coluna do dia

Candidatura estratégica

A saída de Murilo Flores (PSB) da Secretaria de Planejamento, tornando-se apto para candidatar-se a prefeito da Capital, tem as digitais do governador Raimundo Colombo. O ex-secretário é muito próximo do lageano. Com a iminente desistência de Cesar Souza Jr., o Estado ficaria sem um defensor na disputa em Florianópolis, algo que Colombo não deseja. Evidentemente que nem Angela Amin (PP) nem Gean Loureiro (PMDB) farão a defesa da gestão pessedista, o que ficaria a cargo de Flores, profundo conhecedor da máquina, projetos e ações da atual administração. Nos bastidores, é dado como praticamente definido o apoio do PSD ao PP, em um gesto de retribuição alusivo a 2012, quando João Amin foi vice ao atual prefeito. O vice de Angela em 2016 tem tudo para ser do PSDB.

Neste contexto, é bem provável que o pessebista Murilo Flores não aceite ser vice. Deve ir para a disputa. Bem verdade que larga como azarão. Na pior das hipóteses, pondera-se, ele pode puxar votos para eleger de dois a três vereadores. Já estaria com a missão cumprida. No segundo turno, poderia até mesmo apoiar Angela Amin, considerando-se o projeto de Gelson Merísio para 2018. Há, porém, outro projeto. O do próprio Colombo, que prefere o PMDB no cenário estadual, única maneira de poder candidatar-se ao Senado daqui a dois anos.

 

Discrição é a chave

De forma discreta, o governador estaria inclinado a apoiar Gean Loureiro em eventual  segundo turno, desde que Flores não surpreenda e carimbe o passaporte para a etapa final da eleição. Se der Angela Amin contra Gean no turno fatal, também não se descarta que Raimundo Colombo conduza o apoio de seu pupilo ao postulante do PMDB!

 

Outras digitais

O projeto Murilo Flores também tem as digitais de Paulo Bornhausen, presidente estadual do PSB, que vem a ser filho de Jorge Konder Bornhausen. A amizade entre JKB e o pai do pré-candidato, o respeitadíssimo almirante Mário Cesar Flores, remonta a Itajaí, onde o militar nasceu. Os laços se mantêm até hoje e passaram também pelo Rio de Janeiro, onde Bornhausen pai nasceu, e Brasília.

 

Cabo eleitoral

Considerando-se que Dário Berger fez somente duas centenas de votos a mais na corrida ao Senado do que Paulo  Bornhausen em 2014, mesmo tendo administrado a Capital por duas vezes, o presidente do PSB também pode ser um cabo eleitoral de peso para o correligionário Murilo Flores.

 

Comandante

Mário César Flores foi ministro da Marinha nos 90. Na mesma época, Murilo Flores, que é um técnico dos mais qualificados, presidiu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

 

Perfil

Murilo Flores é dono de um currículo invejável. É um técnico na acepção da palavra. Mas sempre sonhou em ser prefeito de Florianópolis. Surgiu a oportunidade e ele está assumindo o desafio.

 

No Sul

Joares Ponticelli, ex-deputado e ex-presidente da Alesc, usou as redes sociais para informar que decidiu candidatar-se à prefeitura de Tubarão, no Sul do Estado, sua base política. Filiado ao PP, Ponticelli foi candidato a vice-governador na chapa liderada pelo senador Paulo Bauer em 2018. Aliando renovação (nunca foi prefeito) com experiência (foi deputado por 16 anos, presidiu a Alesc e o governo do Estado por 10 dias), Ponticelli está animadíssimo com o desafio.