Blog do Prisco
Manchete

Coerência política, predicado cada vez mais raro em SC

O eleitorado brasileiro e o catarinense está cada vez mais atento ao comportamento dos integrantes da classe política. Não apenas dos detentores de mandatos, como também daqueles que participam do dia a dia da vida partidária.
O eleitor está mais esperto relativamente ao comportamento, à conduta e à coerência dos representantes da classe política.
Vamos pinçar três nomes de Santa Catarina para avaliar a coerência, ou a absoluta falta dela, em suas trajetórias recentes.
Lembram de Gelson Merisio? O ex-deputado que em 2018, no segundo turno do pleito estadual, declarou apoio a Jair Bolsonaro? Ele enfrentava o então candidato do mesmo partido e alinhado a Bolsonaro (Carlos Moisés). Merisio tentou pegar uma garupa, mas não deu. Sofreu uma derrota acachapante. Moisés da Silva ficou com mais de 70% dos votos.
Depois de deixar o PSD, Merisio acabou assinando, recentemente, no PSDB. No ninho, ele apoiou o gaúcho Eduardo Leite, derrotado internamente nas prévias tucanas pelo paulista João Doria Jr.

Merisio mergulhador

Ante mais esta derrota, Merisio mergulhou. Desapareceu. As informações que chegam indicam que ele nem deve disputar as eleições este ano. Mas anda conversando muito com o PT. Especialmente com o presidente estadual dos vermelhos, Décio Lima.

Esquerdista nato

Gelson Merisio estaria pré-disposto a atuar forte na estruturação do palanque para Lula da Silva em Santa Catarina. Em pouco mais de três anos, Merisio saiu de Jair Bolsonaro, flertou com os tucanos e agora está com o PT! É a fina flor da coerência política.

Sempre ele

Dando sequência, temos outro campeão da incoerência política. Ele, o senador Dário Berger. Está batendo em retirada do MDB e deve assinar ficha no PSB. Seria o seu sétimo partido.
Ele estava nas prévias do MDB, retirou o nome no final do jogo enquanto sentava com a direção nacional do PSB. Um pé em cada canoa, claro.

Burros n’água

Agora, se o ainda senador acha que vai para o PSB para liderar uma frente de esquerda e dar palanque ao ex-presidiário, pode ir tirando o cavalinho da chuva.

Em casa

Décio Lima é amigo, correligionário e compadre de Lula da Silva. Jamais vai abrir um espaço destes para Dário Berger. Sem contar que o senador votou pela cassação da inepta Dilma Rousseff em 2016, atitude que não sai da memória dos petistas.

Biruta de aeroporto

Por fim, para fecharmos a nossa trinca de incoerência absoluta na política catarinense, temos que citar o ex-governador Paulo Afonso Vieira.
O emedebista histórico sempre teve uma tendência canhota, uma veia forte, aliás, nesta direção. Em 2018, ele frequentou o palanque de Fernando Haddad, dando declarações de simpatia ao PT.

Volver

De uma hora para outra, depois que Dário Berger e Valdir Cobalchini correram da briga nas prévias do MDB, Paulo Afonso vai de Moisés da Silva na disputa estadual. Ou seja, dá uma guinada da esquerda para a direita, um verdadeiro cavalo-de-pau na coerência política. O ex-mandatário não gosta do candidato emedebista, Antídio Lunelli, simplesmente porque o prefeito reeleito de Jaraguá do Sul já teve uma aproximação com o bolsonarismo.

Memória curta

Oras bolas, cara-pálida! E Moisés da Silva foi eleito como em 2018? Absolutamente na onda conservadora de Jair Bolsonaro. É bom prestar atenção nestas figuras políticas que observam tudo. Menos a coerência política, imaginando que o eleitor real também é um otário em potencial.