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Comércio em SC amarga queda no consumo

A retomada da confiança tão aguardada pelo comércio em Santa Catarina deve ser adiada para o segundo semestre de 2016. Dois dos três indicadores levantados pela Fecomércio SC – confiança do empresário e intenção de consumo – apresentaram variação negativa em maio. O alento ao setor vem da queda do endividamento e inadimplência desde o início do ano.

“Os resultados no comércio catarinense em maio vêm na esteira da economia recessiva e indefinições políticas, que atuam como um postergador das decisões de investimentos. O consumidor, inseguro quanto ao futuro profissional e com pouco acesso ao crédito, tende a comprar menos e dar prioridade ao pagamento das dívidas, desacelerando as vendas. A expectativa é de um segundo semestre mais positivo para o setor, com a concretização das ações da nova equipe econômica do governo”, afirma o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

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O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) chegou ao nível mais baixo da série histórica pela segunda vez consecutiva, atingindo 77,7 pontos, em uma escala que vai de 0 a 200. O patamar caiu 4% em relação a abril (80,9) e 9,3% na comparação com o ano anterior (85,7).

O dado leva em conta condições atuais da economia, do setor e das empresas do comércio, a expectativa em relação à economia, índice de investimento, contratação de funcionários e a situação dos estoques.

O recuo contínuo mostra o pessimismo e insegurança do setor, que registra queda de 5,7% no volume de vendas nos últimos 12 meses, pior resultado da série histórica iniciada em 2001.

Intenção de consumo

A Intenção de Consumo das Famílias Catarinenses (ICF) também caiu na comparação anual (15,6%) e mensal (5,5%), chegando a maio com 91,8 pontos, o nível mais baixo desde janeiro de 2010. O ICF cruza dados que tratam do emprego, perspectiva profissional, renda atual, acesso ao crédito, nível e perspectiva de consumo e o momento para bens duráveis.

Os subíndices que tiveram maior variação entre abril e maio foram ‘momento para duráveis’ (-13,6%), ‘perspectiva profissional’ (-11,2%) e ‘perspectiva de consumo’ (-5,6%), que refletem a retração do crédito das famílias, cujos bens duráveis são mais sensíveis, a baixa criação de vagas formais no Estado e a percepção de que a recessão econômica vai se prolongar.

Endividamento em SC

Pelo quinto mês consecutivo cai o número de famílias endividadas em Santa Catarina. Em maio, o índice chegou a 57,4%, estável em relação ao ano passado (57,5%), e menor na comparação com os meses anteriores: abril (58,3%), março (59,5%), fevereiro (60,8%) e janeiro (62,5%).

O percentual de famílias com contas em atraso e aquelas que não terão condições de pagar caiu 1,7% e 1,2% em maio, respectivamente. A queda na inflação de 10,6% em 2015 para 9,2% em 2016 trouxe maior capacidade de pagamento das dívidas. Embora os dois indicadores tenham recuado e sinalizem que os consumidores estão colocando as contas em dia, o índice ainda é considerado alto.