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Diagnóstico ainda é desafio para as Doenças Inflamatórias Intestinais

Doença autoimune pode ser confundida com uma virose, já que os sintomas são dor abdominal, cólica e diarreia

– A modernização dos tratamentos e a descoberta de novos medicamentos nos últimos anos, deram melhores condições de vida aos portadores das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII). Boa parte das mais de 10 milhões de pessoas que possuem esses problemas em todo o mundo consegue levar uma vida cada vez mais próxima do normal, seguindo os tratamentos indicados. O grande desafio ainda está no diagnóstico e, em especial, no diagnóstico a partir da rede de atenção básica, das prefeituras e do Sistema Único de Saúde.

Esta sexta-feira (19) marca o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais. É o ponto alto do Maio Roxo, mês que os profissionais de saúde dedicam à discussão dessas doenças e o melhor atendimento aos portadores. A Secretaria Municipal de Saúde de São José promoveu nesta quinta (18), na sede da Associação dos Municípios da Grande Florianópolis, um encontro para debater cuidados, novos tratamentos, nutrição e oportunidades de apoio aos portadores, como o ingresso na Associação de Pessoas com Doenças Inflamatórias Intestinais de Santa Catarina.

O presidente da Câmara de São José, vereador Matson Cé (PSD  foto), portador da Doença de Crohn e autor da Lei que institui o Maio Roxo no município, participou do evento e destacou a importância da ampliação da oferta de exames para o diagnóstico das (DIIs). Ele lembrou de toda a sua trajetória para identificação da doença e das cirurgias à que foi submetido para que pudesse hoje levar uma vida bem próxima do normal. “Hoje você tem medicamos que ajudam no controle da doença. Quando eu descobri o que eu tinha a indicação era cirurgia” lembrou.

Sem que o sistema de atenção básica ofereça os exames necessários, como a colonoscopia, por exemplo, o paciente pode ter agravada a sua situação. Em São José, as equipes de saúde estão empenhadas no diagnóstico e atenção dos pacientes, segundo destacou Fabrícia Martins, secretária ajunta de saúde do município. “É importante sensibilizarmos os profissionais em relação a essas doenças. A atenção básica precisa estar sensível às demandas da população”, destacou.

O debate dessas doenças também é fundamental, segundo explicou Rejane de Almeida, presidente da Associação de Pessoas com Doenças Inflamatórias Intestinais de Santa Catarina. Ela lembrou que atualmente muitos pacientes ainda levam até três anos para terem um diagnóstico preciso. “E as idas e vindas aos médicos, a busca por consultas, isso amplia em muito a dificuldade dos pacientes”, argumentou. A doença é autoimune e confundida muitas vezes com uma virose comum, já que os sintomas são dor abdominal, cólica e diarreia. Esses sintomas, no entanto, se repetem e fazem com que o paciente saia em busca de entender o que está acontecendo com o seu corpo. E a primeira porta em que ele bate, na maioria dos casos, é a do sistema de atenção básica..

Saiba mais!

Quais são as principais doenças

As principais Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Ambas são doenças crônicas que afetam o sistema digestivo e são caracterizadas por inflamação crônica no trato gastrointestinal.

A doença de Crohn pode afetar qualquer parte do sistema digestivo, desde a boca até o ânus, e pode causar sintomas como dor abdominal, diarreia, perda de peso, fadiga e sangramento retal. Pode ocorrer também a formação de úlceras, estreitamento do intestino e complicações em outros órgãos.

A retocolite ulcerativa, por sua vez, afeta principalmente o cólon e o reto. Ela provoca inflamação e úlceras na camada mais superficial do revestimento do cólon, resultando em sintomas como diarreia com sangue, cólicas abdominais, urgência para evacuar e perda de peso.

Ambas as doenças têm causas desconhecidas, mas acredita-se que envolvam uma combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. O tratamento das DIIs geralmente envolve medicamentos para controlar a inflamação, aliviar os sintomas e prevenir recidivas. Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária para tratar complicações ou remover áreas afetadas do intestino.

foto>CMSJ, divulgação