Blog do Prisco
Coluna do dia

Duas rodas

Esta semana se iniciou sob a égide da polêmica manifestação motociclística liderada pelo presidente Jair Bolsonaro em São Paulo.

O presidente, por mais que provoque celeumas desnecessárias e absolutamente fora de contexto com suas falas e posicionamentos, sob o aspecto ético e moral estabeleceu-se exatamente na trincheira oposta à de Lula da Silva e sua seita lulopetista.

Não por acaso, Bolsonaro consegue reunir multidões. Isso é indiscutível. Há os que o odeiam e os que o veneram. No meio deste tiroteio, existe um segmento social desejoso pelo surgimento de uma terceira via.

Seria alguém com perfil de centro, considerando-se que os lulofanáticos são de extrema esquerda, apoiados por Psol, PCdoB, Cidadania e por aí vai.

E os bolsonaristas, que se encaminham para formar uma seita na ponta oposta do espectro político, são de extrema direita.

 

Endereço

O presidente e seus filhos, pelo menos um ou dois, devem se abrigar no Patriota, sigla nascida sob a égide da onda de direita neste país.

 

Reaglutinação

Há, portanto, espaço para o equilíbrio e a serenidade em uma candidatura que se posicionasse ao centro. É um quadro que poderá trazer reflexos aos estados. As conversações e as negociações de bastidores em Santa Catarina, que fervem um ano e meio antes do pleito, tem levado em consideração esta prima centrista. Também porque o PSDB, que já ocupou este espaço, anda ladeira abaixo.

 

Amin ao governo

Efetivamente, chegam informações indicando que o senador Esperidião Amin anda muito interessado na aproximação com Moisés da Silva. Não apenas ele, como também a deputada federal Angela Amin. Diferentemente do deputado estadual João Amin, filho do casal que faz oposição ferrenha ao governador. Ele foi um dos sete parlamentares que subscreveu o pedido de abertura de uma CPI dos Portos, que teria como foco o Porto de São Francisco do Sul.

 

Como assim?

Mas não é a rebeldia de Amin filho que pode atrapalhar o namoro. Como se daria, exatamente, essa aproximação? Seria simplesmente receber Moisés no PP e apoiar uma nova candidatura dele ao governo? Os bastidores indicam que há outras possibilidades no ar. Como Moisés da Silva assinar ficha em outra agremiação, como o Republicanos, por exemplo, para concorrer ao Senado em coligação com o Progressistas, que teria o próprio Esperidião Amin em nova candidatura ao governo catarinense.

 

Daniela no caminho

Este encaminhamento não é descartado neste momento. Mas ele enseja o grande obstáculo para o acordo. Para tentar novo mandato de governador, Moisés da Silva não precisará renunciar ao atual mandato. Caso decida concorrer ao Senado, aí sim ele teria que abrir mão do cargo seis meses antes do pleito. Ou seja, teria que renunciar ao governo em abril de 2022.

 

Inimigos

Ato que guindaria sua desafeta, pra não dizer inimiga, Daniela Reinehr, à chefia do Executivo Barriga-Verde. Daniela, em sua mais recente interinidade, fez de tudo para degolar o governador e assumir o comando durante o segundo processo de impeachment.

 

Laços cortados

Haveria espaço para uma reconciliação entre Moisés da Silva e Daniela Reinehr para se bater o martelo num jogo desta envergadura? Haveria confiabilidade para que Moisés entregue o cargo a ela contando que a vice irá apoiar o projeto? É muito pouco provável.

 

Cristal trincado

A quebra de confiança foi absoluta, total. E não só pelos movimentos para defenestrar Moisés. Mas também considerando-se a proximidade de Daniela com Jair Bolsonaro. O presidente hoje está mais inclinado a apoiar o senador Jorginho Mello, do PL. Obviamente que não será um apoio exclusivo, mas Bolsonaro sinaliza, atualmente, uma preferência por Jorginho, que é adversário de Moisés e, até segunda ordem, de Esperidião Amin neste tabuleiro.  Quadro que dificulta ainda mais o apoio da Daniela Reinehr a uma chapa tendo Amin na cabeça e Moisés ao Senado.