Blog do Prisco
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Em carta a Moisés, Paulo Konder Bornhausen faz críticas ao governador

O blog teve acesso ao texto abaixo. É da lavra do ex-deputado estadual, ex-presidente da Alesc, Paulo Konder Bornhausen, filho primogênito de Irineu Bornhausen. PKB também ocupou cargos importantes nos governos federal e estadual, como sua atuação no Banco do Brasil. Nesta carta endereçada ao governador, Bornhausen tece duras críticas a Moisés da Silva. Confira:

 

“GOVERNADOR CARLOS MOISÉS !!

PAULO KONDER BORNHAUSEN

 

Embora seu  eleitor nos dois turnos, sem lhe conhecer pessoalmente, fora um ligeiro cumprimento no Restaurante Porto , ousei lhe enviar algumas sugestões, fundamentadas nos meus 90 anos, 20 dos quais exercendo importantes funções públicas  eletivas e nomeadas, das quais tenho orgulho do meu desempenho

Considero insensato e até mesmo descabido , ousar fazer qualquer julgamento do seu Governo, após os primeiros 4 meses. Ainda mais que deles seus eleitores pouco conhecem e até a mídia o tem ignorado.

Fique claro que os conceitos genéricos que vou emitir devem ser considerados como colaboração e não de críticas infundadas.

A missão de Governador é essencialmente política.

A política, por sua vez, uma nobre missão da conquista do Poder para servir os cidadãos através de uma administração honrada e eficiente .

  1. Excia é um político partidário desde que se filiou ao PSL e era seu tesoureiro, antes de guindado à candidato ao Governo. Não cabe aqui a análise da sua eleição na onda gigantesca do tusumani Bolsonaro.

Eleito Governador da mudança, quero crer que seu primeiro equívoco , pertencente a um partido sem quadros, esperava-se  que fosse escolher especialistas com grande currículo para  lhe auxiliar nessa  difícil tarefa.

Já que a esta altura lhe deve “ter caído a ficha’ que ela é uma tarefa completamente diferente,por melhor que tenha sido dirigir com  eficiência uma Corporação, da complexidade de administrar um  Estado de mais de 280 municípios. Com a possibilidade de compor seu governo, sem compromissos de ordem pessoal,com os mais credenciados  e capacitados administradores, preferiu até por  justo desconhecimento pelas funções que exercera  escolher companheiros Bombeiros e ilustres Coronéis da  Policia Militar, vereadores de municípios interior, aproveitando uns poucos pemedebistas que  certamente conheceu quando assessorou a “ eficaz” deputada Ada de Lucca no setor dos presídios. Devo-lhe assegurar que sobre os quais não há qualquer restrição, até agora, sobre suas honradez .

Como não poderia ter um Plano de Governo, pois bombeiro brilhante, cervejeiro artesanal , grande mergulhador e precocemente aposentado, jamais lhe teria passado por sua mente sã, que viesse ser eleito retumbantemente nosso Chefe do Poder Executivo.

O seu primeiro erro crasso  foi o de considerar que todos os políticos são desonestos, como se não houvessem desonestos em todas as categorias  profissionais, nas Corporações Instituições  , federações e Sindicatos , para ser mais breve . No inverso, nas categorias citadas  existem pessoas honradas e  altamente capazes .

A política por outro lado é a ciência  do diálogo. Enganado estará  se pensa em governar sem conversar com os partidos, já que possui uma pequena e inexperiente bancada do seu partido na Assembleia.

Precisa dialogar com lideranças de todas as categorias, visitar os municípios conhecer as carências de cada um, que confessa desconhecer. Outro dia, um amigo perguntou minha opinião sobre o que chamou do misterioso Governo Moisés  e eu  respondi  que deveria estar se enfronhando da terrível máquina pública. Depois acrescentei, tive notícias que visitou dois amigos cercado dos seus coroneis, mas nenhum deles me contou do que conversaram. Ele ironicamente arrematou , dizendo ter sido mais feliz e ter visto o Governador na festa de calouro no banho de duchas na posse e nas festas do Roberto Carlos e no carnaval do Cacau. Voltando ao que importa para o Estado, julgo necessário preparar um plano de governo e não se limitar a enviar para a Assembleia uma reforma administrativa cheia de omissões e inconstitucionalidades, inclusive criando a Controladoria  Geral do Estado, extinguindo praticamente o Tribunal de Contas, reforma essa elaborada por um professor de contabilidade da UFSC,  chamado Luis Felipe, que dele só se sabe porque andou citado  nas páginas dos jornais no caso Cancellier.

Outro fato espalhado pelos seus auxiliares é de que tem a garantia de todos recursos necessários por parte do Bolsonaro. Isso me faz lembrar dos bilhões que a Dilma concedeu ao Colombo e o fez apoiar o Dario Berger, recebendo como troco uma vergonhosa performance como candidato ao Senado Federal.

O que lhe estou escrevendo, o Senhor não ouvirá de ninguém que lhe cerca nos seus esconderijos no Centro Administrativo ou na Agronômica ou nas vagas conversas que tem tido cercado de coronéis. Mas o que posso lhe garantir é que esses são os rumores das ruas que o elegeram.

Senhor Governador, a função para qual foi eleito exige mais do que a honestidade, que é um dever, é necessário ter humildade, habilidade e eficiência. Com minhas escusas pela liberdade que fiz uso, lhe desejo todo o êxito imaginável.

Temos tempo, muito tempo!!

Cordialmente, com os respeitos desse longevo eleitor!”