Blog do Prisco
Manchete

Exonerado o titular da Infraestrutura

O governador Carlos Moisés exonerou, na tarde desta quinta-feira, o titular da Secretaria de Infraestrutura,  Carlos Hassler.

O adjunto, Thiago Augusto Vieira foi efetivado no cargo. Hassler vinha sendo muito contestado no cargo e a gota d’água foi a indisposição dele com o deputado Valdir Cobalchini, que foi convidado a se retirar de uma reunião na Secretaria.

Trata-se da primeira baixa no governo de Moisés da Silva. Ele é coronel do Exército, já da reserva, e mora em Curitiba. Foi indicação do vice-presidente, Hamilton Mourão.

O agora ex-secretário emitiu a nota abaixo, em resposta à nota de repúdio publicada pela Alesc na quarta-feira, respaldando Cobalchini. O governador necessita de votos no Parlamento, tem um ano complicado pela frente.

“Resposta à Nota de Repúdio da ALESC
Face aos recentes acontecimentos envolvendo o senhor Valdir Cobalchini, não poderia furtarme de levar a essa Casa Legislativa os devidos esclarecimentos.
Devo reconhecer que muito me causou espanto a Nota de Repúdio emitida e muito mais espanto ainda seu argumento.
Após um ano de idas e vindas de Parlamentares a meu gabinete, sabem vossas excelências que a todos recebi, não de portas abertas, mas de ouvidos atentos. Acredito e pratiquei que respeito à posição de representante do povo é receber a qualquer Parlamentar com o mesmo nível de atenção, independentemente de sua cor partidária, de seu gênero, raça, credo ou seja lá qual for a diferença existente em meio à nossa diversidade.
Senhoras deputadas, senhores deputados, vossas excelências sabem que a Nota de Repúdio não faz justiça ao tratamento que lhes dispensei em um ano de trabalho conjunto.
Houve 01 (uma) ocasião em que não tratei de forma cavalheiresca um deputado que chegou a meu Gabinete, o que ocorreu há dois dias. Cometi o erro de responder com deselegância a uma atitude deselegante. Como acredito que um erro não justifica outro, apresento minhas desculpas a essa Casa, caso algum parlamentar tenha se sentido ofendido com minha ação.
Porém, não posso aceitar vossa Nota de Repúdio, tanto pelo acima exposto, quanto pelo fato de que ela foi construída sobre um ardil político. O senhor Cobalchini, por inúmeras vezes, foi muito bem recebido em meu gabinete no ano de 2019 e tem plena consciência que o ocorrido na última terça-feira, 4, foi um desentendimento pontual.
Transformar diferenças pessoais em crises institucionais é uma estratégia vil, que só presta um desserviço à comunidade e configura um ato de deslealdade para com seus eleitores.
Concluo dizendo que a necessidade do convívio e muitas vezes do trabalho em conjunto para a solução dos problemas que afetam a comunidade catarinense desvendou-me um lado do trabalho dos integrantes do Poder Legislativo que, além do respeito inerente à função, permitiu a construção de um sentimento de admiração para com muitos parlamentares.
E é por causa deste sentimento que reitero meu pedido de desculpas àqueles que se sentiram desconfortáveis com o ocorrido, asseverando que os fatos de modo algum tiveram caráter amplo, mas foram adstritos a duas pessoas falhas, uma das quais não tem problemas em reconhecer seus erros publicamente e outra cuja arrogância não lhe impede de criar transtornos institucionais a fim de aplacar seu orgulho ferido.
Carlos Hassler Secretário de Estado da Infraestrutura e Mobilidade!

Assembleia publica matéria sobre o caso 

“Um dia após a divulgação de uma nota de repúdio assinada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa contra o tratamento dado ao deputado Valdir Cobalchini (MDB), que foi impedido de participar de reunião com o secretário de Estado da Infraestrutura e Mobilidade, Carlos Hassler, o governador Carlos Moiséis (PSL) decidiu, nesta quinta-feira (6), exonerar o secretário e nomear no mesmo ato o secretário-adjunto da pasta, Thiago Augusto Vieira.

Cobalchini explicou durante a sessão de quarta-feira (5) que, ao entrar no gabinete do então secretário de Infraestrutura para acompanhar o prefeito de Pinheiro Preto, foi surpreendido com um pedido do secretário para que se retirasse. “Quando o prefeito foi chamado, como sempre faço, adentrei ao gabinete espaçoso do secretário e ele se disse surpreso com minha presença e enfatizou que o assunto era entre Estado e município e que, portanto, eu era um estranho, embora conhecendo o tema. O secretário pediu que me retirasse, o que fiz”.

Durante a sessão, vários deputados manifestaram solidariedade ao colega e advertiram o governo sobre o respeito ao Parlamento, à democracia e à representação popular. A nota de repúdio enfatizou que, quando impediu um parlamentar catarinense de participar de uma audiência em órgão público, o secretário não cometeu somente uma grave indelicadeza com um deputado que, inclusive, já comandou aquela Secretaria. Também feriu um dos pilares da democracia, que prevê a representatividade do cidadão por seus parlamentares.

Os deputados também ressaltaram que na Secretaria de Estado só devem ser tratados assuntos administrativos e republicanos. Destacaram, ainda, que não existe nenhuma razão para não permitir a presença de um deputado estadual naquele recinto e naquele encontro entre agentes públicos.”

Causou estranheza nos meios políticos o fato de a assessoria de imprensa da Alesc ter divulgado a exoneração de um secretário de Estado, que faz parte do Poder Executivo.