Blog do Prisco
Coluna do dia

Federação de esquerda

Está em suspenso a ideia de fusão entre as chamadas legendas de esquerda: PT, PDT e PCdoB. As conversas avançam no sentido de se formar uma federação partidária. Prática não usual no Brasil, mas prevista em lei. É uma forma de os partidos preservarem seus CNPJ’s, suas estruturas e o acesso ao fundo partidário e à propaganda partidária “gratuita”; e também de esconder as siglas, principalmente a do PT, que está na lona sob o ponto de vista da opinião pública.

Neste contexto, líderes se movimentam para assumir o comando das legendas. Sábado passado, no escritório do casal Décio e Ana Paula Lima, em Blumenau, com a presençado ex-deputado e ex-prefeito de Joinville, Carlito Merss, teve início a movimentação que pretende guindar o deputado federal e ex-prefeito de Blumenau por dois mandatos à presidência do PT catarinense.

Ideia lançada e sustentada por Carlito. A intenção inicial do grupo é buscar o consenso no âmbito do diretório estadual. Em março de 2017, durante o Congresso Estadual do PT, em função do momento de tibieza extrema do partido, a eleição não seria direta, com os filiados votando. O novo comando vai ser definido pela cúpula.

 

Caminho natural

A práxis no PT é a seguinte: o político que disputa a eleição majoritária e não obtém êxito é guindado à presidência da legenda. Foi assim com José Fritsch, que em 2002 por muito pouco não chegou ao segundo turno contra Esperidião Amin e também com Lucy Choinacki, que em 2006 disputou o Senado e perdeu. Na sequência das eleições, os dois chegaram à presidência do diretório.

 

Tropeços

Em 2010, Cláudio Vignatti disputou o Senado. Sem sucesso. E em 2014 foi para o sacrifício, encabeçando a chapa pura do PT. O caminho seria natural até o comando partidário. Mas ele conduziu mal o processo e sofreu oposição justamente do grupo de Décio, Carlito e Ideli Salvatti. Eles lançaram o ex-prefeito de Brusque, Paulo Eccel, à presidência do PT-SC. Naqueles dias, a eleição foi direta e Vignatti, com discurso de volta às origens, venceu.

 

Consenso

Os primeiros movimentos do grupo sãono sentido de mostrar a Claudio Vignatti que teria chegado a vez de Décio Lima. Se não houver o sonhado consenso, a disputa será inevitável.

 

Via judicial

Ex-deputado federal e ex-prefeito de Joinville, Carlito Merss retornou ontem ao cargo de vogal da Junta Comercial de Santa Catarina (Jucesc). Ele havia se licenciado para disputar novamente a prefeitura da maior cidade catarinense este ano. Para sua surpresa, quando retornou, havia outra pessoa ocupando a vaga, em que pese essa função estar atrelada a mandato (vai até 2019). Não haveria, portanto, a possibilidade de exoneração. Mesmo assim, o petista foi enviado ao olho da rua. Recorreu à Justiça Federal e ganhou.

 

Parentesco

Para o lugar de Carlito, foi nomeada uma indicada do deputado federal Jorginho Mello. Trata-se de uma pessoa com grau de contraparentesco junto ao parlamentar. Pelas fileiras do PT, a turma está lembrando que o partido controlava o PR no período em que o ex-deputado Nelson Goetten de Lima estava na presidência.

 

Parcerias de ocasião

Com as bênçãos de Ideli Salvatti, Décio Lima e o próprio Carlito Merss, o PR foi entregue ao deputado Jorginho Mello. Os petistas também não esquecem que o ex-prefeito foi nomeado vogal da Jucesc pelo ex-ministro Afif Domingos, que nunca passou nem perto de ser filiado ao PT. É do PSD. Mesmo assim, Carlito foi irregularmente demitido para abrir espaço a uma indicada do presidente estadual do PR.