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Ferrovia Litorânea já custou R$ 16 milhões sem sair do papel

O encontro para falar sobre a Ferrovia Litorânea foi realizado, na Assembleia Legislativa

A questão indígena do Morro dos Cavalos, na Grande Florianópolis, e a passagem dos trilhos da Ferrovia Litorânea por áreas densamente povoadas foram os principais temas discutidos durante audiência pública. O encontro foi proposto pelo deputado Vicente Caropreso que integra a Frente Parlamentar Catarinense pelas Ferrovias.

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a obra, que começou a ser planejada em 2001, ligará a ferrovia Tereza Cristina, em Imbituba, até Araquari, nas proximidades do porto de São Francisco do Sul, com uma extensão de 245 quilômetros. O custo estimado da obra é de aproximadamente R$ 4 bilhões.
VICENTE CAROPRESO FERROVIA 2Caropreso defende que uma obra deste porte não pode parar e que os investimentos já realizados não sejam perdidos.”O que nós não podemos permitir é que os quase R$ 16 milhões já gastos com os projetos para a ferrovia sejam jogados fora”, destacou.

Estudo já realizado comprovou a viabilidade econômica da ferrovia, conforme o Dnit. Atualmente, a obra está na fase de projeto e aguarda posicionamento da Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre o trecho que passa pelos Morro dos Cavalos, onde há famílias indígenas.
O coordenador regional da Funai em Santa Catarina, João Maurício Farias, explicou que o órgão está apenas cumprindo a legislação e garantindo a preservação dos direitos dos índios que habitam o Morro dos Cavalos.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Mário Cézar de Aguiar, criticou a demora na definição da Funai. “Temos que respeitar a questão indígena, mas não podemos admitir tanto tempo para uma definição. É preciso também respeitar a questão do desenvolvimento da sociedade catarinense”, comentou.

Autoridades de cidades que serão cortadas pela ferrovia questionaram os impactos do traçado nas áreas urbanas e reclamaram que os municípios não foram ouvidos para a elaboração do projeto.

Caropreso propôs a realização de uma nova audiência sobre o assunto, com a presença de mais autoridades municipais e das comunidades que serão atingidas pela obra. “O que nós não podemos permitir é que os quase R$ 16 milhões já gastos com os projetos para a ferrovia sejam jogados fora”, advertiu.

Fotos: divulgação