Blog do Prisco
Manchete

Geleia geral no quadro político de SC

Recapitulando questões relacionadas ao governo Moisés da Silva, que tanto mudou neste início de 2021. Ele já conta com a presença dos dois maiores partidos do estado devidamente colocados em posições estratégicas nos vários escalões: MDB (que sempre esteve) e o PP. Curiosamente, duas siglas que rivalizam há décadas em Santa Catarina.
A nau mosaica conta, ainda, com o PSD, terceira maior sigla estadual, ao lado do PSL, que ainda é o partido do governador.

Se ele permanecerá ou não nas fileiras pesselistas, só o tempo dirá. Ainda mais depois das sinalizações claras de que Gelson Merisio – ex-candidato ao governo em 2018 – pode assinar ficha no PSL. Evidentemente que ele pode permanecer no ninho tucano e costurar uma aliança com o PSL para 2022.

Os tucanos, aliás, estão na mira de Moisés para também tomarem assento em sua administração. Independentemente da chegada ou não dos tucanos ao governo, o simples fato de PP, MDB e PSD estarem a bordo da máquina estadual não quer dizer que estes partidos abdicarão de candidaturas majoritárias, especialmente na cabeça de chapa, em 2022. Muito pelo contrário. Isso é evidente. Claro que estão ocupando espaços importantes, generosos até como no caso do MDB, e dando a devida contrapartida na base governista na Assembleia Legislativa.

Lá adiante, no entanto, será um outro momento no contexto político-eleitoral. Naturalmente que a presença dos partidos na gestão Moisés produzirá desdobramentos na campanha, sintetizados no fato destas siglas serem governo.

Outro aspecto. Não se sabe se Moisés da Silva vai ou não disputar a reeleição. Se tentará a vaga ao Senado e se essas definições passarão por conversas com Jair Bolsonaro. Aí, há outros aspectos. O presidente poderia apoiar Moisés? Vai de Jorginho Mello? Ou outro nome? Ou não apoiará ninguém para que possa ter o maior número possível de palanques em grandes frentes eleitorais aqui no estado? Essa era, aliás, sua pretensão já em 2018, quando o PSL local não acatou sua orientação e lançou a chapa Moisés/Daniela.

Naquele pleito, Bolsonaro queria mesmo era ter frequentado os palanques de Gelson Merisio e Mauro Mariani, até então os dois principais postulantes ao cargo.

O quadro é esse. De absoluta indefinição. Agora, uma coisa é certa. Merisio não avalia o desembarque do tucanato somente pelos atritos e defecções nacionais, a começar por João Doria Jr., que faz oposição aberta e franca contra Bolsonaro. Ao que parece, o ex-candidato ao governo entende que o chefe da nação seria um forte cabo eleitoral no território catarinense. Ficar contra Bolsonaro seria uma péssima escolha eleitoral.