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Grupo multidisciplinar discute futuro da Ponte

Workshop é uma parceria da Câmara Empresarial de Tecnologia e Inovação da Fecomércio SC e UFSC 

Símbolo histórico e turístico da cidade ou equívoco monumental? Esta pergunta um tanto instigante deve nortear os trabalhos de um grupo multidisciplinar que discutirá a Ponte Hercílio Luz e seu entorno durante workshop de cinco dias na próxima semana em Florianópolis. A programação faz parte da disciplina Cidades mais Humanas, Inteligentes e Sustentáveis, do Curso de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC, sob a coordenação do Prof. Dr. Eduardo Moreira da Costa, referência nacional em inovação e empreendedorismo.

Fechada há mais de três décadas, a ponte permanece como o principal cartão-postal da Capital e também alvo de controvérsias. Os números dão a dimensão da importância deste monumento de mais de 4 mil toneladas: completou 91 anos em maio, demorou quase meio século para ser paga (até 1978) e foi interditada para o tráfego quatro anos depois (1982), passou por 11 governadores estaduais desde a interdição, tombada como Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Brasil em 1997 e atualmente está em obra de restauração, orçada em R$ 274 milhões, com previsão de entrega no segundo semestre de 2018.

“O workshop de cidades mais humanas, inteligentes e sustentáveis vem ao encontro dos objetivos da Câmara Empresarial de Tecnologia e Inovação da Fecomércio SC, que articula as duas áreas como um caminho para melhorar a vida das pessoas sob várias perspectivas”, pontua a Dra. Jamile Sabatini Marques, presidente da Câmara que lidera o evento ao lado da UFSC.

Dinâmica do workshop

As atividades ocorrem de segunda (10) a sexta-feira (14), em tempo integral, com a participação ativa de cerca de 60 pessoas, entre academia, governo, iniciativa privada, sociedade civil organizada e o meio empresarial. Nos dias 10, 11 e 14 a programação será na Fecomércio SC, com debates e visita guiada a ponte para familiarizar os pesquisadores com a região. Nos dias 12 e 13, as ações dos Grupos de Trabalho serão na Ciasc.

A metodologia utilizada será de co-criação, envolvendo diferentes perspectivas sobre o assunto, e Design Thinking, que coloca a pessoa/o cliente no centro do processo, buscando compreender a situação de forma global para então apresentar alternativas aos problemas e necessidades.

Os participantes serão divididos em sete grupos de trabalho para estudar e propor soluções para a ponte sob diferentes óticas: economia, governança, identidade, lugar, meio ambiente, mobilidade, segurança e inclusão social. Para balizar as discussões foram convidados pelo menos 20 stakeholders de ONGs, associações, governo, judiciário e empresários para reunir a visão de todos os envolvidos, direta ou indiretamente, com a ponte Hercílio Luz.

“A ideia é integrar os vários atores desse processo para trazermos uma proposta positiva para o futuro da ponte e seu entorno, repensarmos o modelo para que este ícone seja ainda mais valorizado, conectando às pessoas. A ponte pode servir como um ponto de encontro de caminhadas, ciclistas, turismo, esporte e entretenimento”, afirma Costa. Segundo ele, diversas cidades mundo afora têm pontes como símbolo da cidade e da história local, a exemplo da ponte Vecchio, em Florença, ou a Charles Bridge, em Praga.

Após identificar os principais desafios e propor medidas estruturantes, o grupo deve formalizar as propostas e encaminhar às entidades responsáveis pela implementação.