Blog do Prisco
Coluna do dia

Há vaga de vice

Depois de um fim de semana prolongado, com feriadão na quinta-feira passada, e muito conturbado nos bastidores, a segunda-feira serviu para dar uma clareada no cenário em Santa Catarina.

Ao contrário do que se divulgou a partir de uma entrevista do empresário e vereador joinvilense, Ninfo König (PSB), Gelson Merisio jamais oficializou convite para o pessebista ser o candidato a vice do presidente do PSD-SC. O que houve, uns meses atrás, foi uma sondagem informal de Merisio junto a Ninfo, que seria um carta na manga para integrar a chapa majoritária, seja como candidato ao Senado, seja para compor ao governo do Estado.

Merisio não fecharia a chapa neste momento, considerando-se que os progressistas são aliados estratégicos.

Outro aspecto que precisa ser considerado. Chance zero de o PSDB abrir mão da cabeça de chapa para apoiar Esperidião Amin no contexto atual. Não custa lembrar que em 2002, quando Amin era governador, Dalirio Beber, já tucano de quatro costados, recusou a Secretaria de Transportes (que era a grande pasta do governo catarinense). Ao lado de Marcos Vieira (então apenas um dirigente partidário), Dalirio conduziu os tucanos para o projeto de Luiz Henrique da Silveira (MDB), que era apenas uma grande aposta improvável. A reeleição de Amin era dada como certa àquela altura.

 

Goela-abaixo

Ah, e se vier o enquadramento tucano de cima para baixo, a partir da direção nacional? Pode até vir. Pode até ser no sentido de que o PSDB-SC apoie Esperidião Amin. Mas também, se vier o enquadramento, pode ser direcionado a Merisio, ou ao próprio MDB, nas figuras de Eduardo Moreira ou Mauro Mariani. Também existe a alternativa de o PP apoiar o PSDB, tendo Paulo Bauer ou Napoleão Bernardes na cabeça.

 

Veto a JPK

Outra coisa que o PSDB não vai aceitar na articulação de Amin é a presença de João Paulo Kleinüning na majoritária. Sobretudo porque  o próprio Napoelão Bernardes sucedeu JPK na prefeitura de Blumenau, derrotando duas vezes o candidato do hoje Democrata. Napoleão renunciou depois de reeleito justamente para disputar este ano a majoritária.

 

Outro endereço

Agora João Paulo Kleinübing é deputado federal. Mudou de partido e não pode imaginar que será encarado com naturalidade pelo PSDB para compor chapa em detrimento de Napoleão. Isso não existe. O jovem tucano atualmente tem mais envergadura do que JPK e é o nome preferencial não só no viés do PSDB, como também do próprio Merisio e do PP.

 

Dificuldades

Mauro Mariani passou a segunda-feira em Florianópolis. Faria conversas e articulações com pequenos partidos. O pré-candidato do MDB ao governo não está tendo vida fácil nesta seara. Ele encontra sérias dificuldades de atrair legendas ao projeto porque há outro pré-candidato no partido, o governador Eduardo Moreira.

 

Bastidores

Embora Moreira nunca tenha se apresentado oficialmente como pré-candidato, seu grupo e seus movimentos de bastidores apontam nesta direção, deixando Mauro Mariani meio engessado. O deputado federal pretendia conversar novamente com o governador ontem. Ele tem pressa para que se defina logo o cenário interno no MDB. Ainda mais que vem pela frente uma campanha curta, com cerca de 20 programas de TV em 30 dias. Se o MDB ficar isolado, isso pode ser fatal no contexto da disputa sucessória. Até porque,  a possibilidade de o governador desistir da empreitada, assim como fez Udo Döhler, é real.