Blog do Prisco
Coluna do dia

Hipocrisia ilimitada

O deputado estadual Marcos Vieira, figurinha carimbada, manjada, muito conhecida nos meios políticos estaduais, anda indignado. O partido que ele preside no Estado, com seu típico carisma e empolgação, derrete a olhos vistos.
A mais recente baixa foi a do prefeito de Indaial, André Mozer, que bateu em retirada do ninho para filiar-se ao PL do governador Jorginho Mello.
Tudo com as bênçãos de Jair Bolsonaro.
Em entrevista a uma rádio no Sul do Estado, Vieira disparou: “O que está acontecendo é a compra e venda de filiações usando dinheiro da máquina pública.”
A acusação, grave, enseja dois apontamentos básicos. O primeiro é que certamente o deputado pode provar o que está dizendo. O segundo é a hipocrisia de Marcos Vieira.
Um dos partidos que mais tem cooptado lideranças no Estado é o PSD, mas quando alguém chega nesta linha auxiliar do PT, no Partido Social Democrático, daí é conquista, é trabalho, é projeto.

Máquina

Além de dispor de três ministérios na gigantesca esplanada Sob Lula III, os dirigentes pessedistas gostam de se vangloriar pelo fato de administrarem o maior número de pessoas em Santa Catarina.
É uma referência ao número de prefeituras administradas, algumas bem importantes, como Florianópolis, Chapecó, São José e Tubarão, por filiados ao PSD.
Ou seja, a legenda tem estrutura, tem o que oferecer tanto nos municípios quanto no plano federal.

Olhos azuis

Mas certamente as adesões ao PSD se devem ao fato da genialidade e da conduta absolutamente proba de seus dirigentes. Que aliás, atuam frequentemente em sintonia e no mesmo diapasão que Marcos Vieira.

Tucanato

Mas voltemos ao PSDB. Dirigentes tucanos, na gestão passada, viviam a tiracolo do PIX do Moisés para atrair novos aliados. Por fim, imperioso lembrar, também, que Marcos Vieira passou quase duas décadas com um sem número de apaniguados na estrutura do governo do Estado. Desde Luiz Henrique até Moisés da Silva. Na gestão do Bombeiro comentava-se que o tucano tinha quase 100 indicações em cargos comissionados.
Trocando em miúdos. Marcos Vieira fala com conhecimento de causa sobre o assunto!

Tudo no script

Desde a libertação, que seria cômica e se não fosse trágica, do ex-presidiário, o sistema segue determinando o roteiro político, midiático e judicial. Que vem sendo seguido à risca. Os próximos capítulos desta novela funesta é a cassação de lideranças de direita.
É grande a expectativa política em torno da avaliação do TRE-SC a uma ação do PSD, sempre ele,  no sentido de fulminar com o mandato do senador Jorge Seif.

Praça pública

Nos bastidores há indicativos de que o senador possa sofrer um revés já no tribunal regional. Daí o assunto subirá ao TSE, onde Seif, bem como o paranaense Sérgio Moro, deve ser imolado.
Afinal de contas, o que se observa é uma tentativa de se enfraquecer o bolsonarismo no Sul do país.
E, claro, mais uma tentativa de fortalecer, no tapetão, o desgoverno no Senado, onde Lula e seus camaradas já foram mais fortes.

Sem lei

As articulações visam, além de cassar o senador eleito, empossar o segundo colocado em 2022, o ex-governador Raimundo Colombo. O que é muito improvável que ocorra. Pela legislação o quadro exigirá nova eleição para a Câmara Alta em Santa Catarina.

De olho

Nomes já se movimentam nos bastidores, sobretudo daquele a ser ungido por Jair Bolsonaro.
A recordista de votos à Câmara dos Deputados em 2022, Carol De Toni, que fez quase 250 mil sufrágios seria um nome natural, mas não consensual. Júlia Zanatta, Daniel Freitas, Daniela Reinehr e até mesmo Ana Campagnolo, campeã de votos à Alesc no pleito passado, todas do PL, estão de olho nos desdobramentos do processo na provável eleição suplementar.

Elas

Já no vizinho Paraná, o caso pode tomar dimensão nacional. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, pode ser uma alternativa. Rosângela Moro, deputada federal por São Paulo e esposa de Sérgio Moro, também é especulada. As duas teriam que mudar de domicílio eleitoral. Michelle reside em Brasília e Rosângela em São Paulo.

Ah tá

Outra mulher pode entrar no páreo no Paraná: a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. No Paraná, portanto, poderemos ter uma disputa entre três mulheres.
Agora tanto num estado como no outro a possibilidade de os conservadores não elegerem dois novos ou novas representantes à Câmara Alta é muito remota.

Aqui, não

O PT e a esquerda não prosperam em Santa Catarina e no Paraná. Ali, Ratinho Júnior foi reeleito em alinhamento com Jair Bolsonaro.
Aqui em SC, Jorginho Mello nadou de braçada na eleição do ano passado, também apoiado pelo ex-presidente.