Blog do Prisco
Coluna do dia

Incendiou a campanha

A denúncia do Ministério Público envolvendo 10 vereadores e 17 empresários na chamada Operação Ave de Rapina, como já era de se esperar, colocou fogo na campanha eleitoral de Florianópolis, que andava em banho-maria e passo de tartaruga. Quatro parlamentares são ligados ao candidato Gean Loureiro. Outros quatro à candidata Angela Amin, até o momento os dois principais postulantes a uma vaga no segundo turno desta eleição. Outros dois vereadores fazem parte do grupo de Murilo Flores. Os 10 são candidatos à reeleição. Como a Operação estourou em 2014, causa estranheza que a denúncia tenha sido efetivada há 20 dias do pleito! Evidentemente que se o MP encontrou indícios de crimes, tem que denunciar. Mas poderia tê-lo feito antes das convenções homologatórias. O prejuízo para os 10 vereadores é líquido e certo. Nas redes sociais, nas rodas e senadinhos da Capital eles estão sendo massacrados, mesmo sem a denúncia ter sido aceita pelo Judiciário.

A conferir, ainda, como o fato será utilizado por cada candidato majoritário. Os prejuízos, para quem ataca e para quem vira alvo, são difíceis de calcular neste momento de tantas incertezas no cenário político.

 

Contra Cunha

Desde a divulgação de irregularidades, o deputado federal Celso Maldaner sempre expressou o seu descontentamento e revolta pela permanência de Eduardo Cunha no Congresso Nacional. Maldaner defende a PEC de sua autoria que trata do fim do foro privilegiado e para que isso aconteça é preciso dar o exemplo. “O primeiro passo foi dado na comissão de Ética, agora é a vez do Congresso dar a sua contribuição”, declarou o catarinense antes da votação de ontem.

 

Aposta

Antes mesmo da segunda-feira, 12, chegar, a deputada Carmen Zanotto, vice-líder do governo no Congresso Nacional, projetou que haveria quórum suficiente para votar a cassação de Eduardo Cunha ontem. Ela também previa uma sessão demorada, tumultuada face às manobras de aliados que o ex-presidente ainda mantém na Casa.

 

Fatiamento

Um dos temores de Carmen era em relação a um projeto de resolução pedindo o fatiamento do processo nos mesmos moldes do que o Senado Federal fez no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que teve os seus direitos políticos preservados. A turma de Cunha já avisava antes mesmo da sessão que poderia se valer deste expediente.

 

Precedente perigoso

“Essa decisão dos senadores abriu brecha para que isso pudesse acontecer aqui na Casa. Foi um precedente perigoso. Vamos ver como será o comportamento do plenário”, afirmou a deputada.

 

Outra postura

Mineira, a ministra Carmen Lúcia tomou posse ontem na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Muito mais reservada do que seu antecessor, o notório Ricardo Lewandowsky, ela sinaliza, por exemplo, que neste momento não vai continuar empunhando a nada nobre bandeira do aumento de salários para os ministros, o que geraria um efeito cascata país afora.