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Inovação na construção civil vai além de tecnologias no canteiro de obras

Daniel Dimas
Empresário

Muito se fala da aceleração na digitalização de empresas ocorrida nos últimos meses. De fato, em 2020 a aposta na tecnologia se consolidou como alternativa inescapável para organizações de todos os segmentos. Mas é realidade também que setores inteiros da chamada economia tradicional já vinham há tempos apostando na inovação – e colhendo bons resultados com isso. As construtoras são um exemplo.

 

A construção civil vem utilizando a tecnologia e a inovação como aliadas não só no canteiro de obras, mas também na concepção de empreendimentos alinhados às tendências de comportamento do consumidor.

 

A inovação traz melhorias nos processos de todos os setores da empresa. Nas obras, painéis de controle apresentam dados sobre suprimentos, cumprimento de tarefas, disponibilidade de pessoal e detalhes sobre os serviços executados. Também é possível ter controle do planejamento de médio prazo, o que facilita, por exemplo, a definição da necessidade de mão de obra para diferentes etapas da construção do empreendimento. As ferramentas melhoram o controle do orçamento e do cronograma de trabalhos.

 

Mas a inovação não deve ficar restrita a equipamentos e ganhos de eficiência. Ela precisa impactar diretamente e de forma positiva a vida das pessoas. Hoje, ajuda a criar projetos que têm como preocupação central tanto o morador do empreendimento quanto a comunidade do entorno. Nesse contexto, Florianópolis sai na frente e vai receber o primeiro edifício de Santa Catarina com a certificação Fitwel, dada a projetos que visam o bem estar das pessoas, o D’Mys, no Estreito. A certificação nasceu em 2014, como projeto do governo americano para promover uma estratégia preventiva de saúde pública. A operação é do Center for Active Design (CFAD), organização sem fins lucrativos que se dedica a reorientar o foco das práticas de design para apoiar uma vida saudável e melhorar a qualidade de vida.

 

São mais de 60 estratégias que podem ser usadas na construção civil, em uma espécie de guia para o bem estar. E se engana quem pensa que elas exigem altos investimentos. Exigem, sim, o comprometimento com essa abordagem. Até porque muitas vezes intervenções simples já fazem toda a diferença. Além do mais, quando a preocupação nasce nas primeiras etapas de planejamento de uma obra, junto com os projetos, é mais simples contemplar soluções que limitem a propagação de ruídos, melhorem a ventilação e aumentem o conforto térmico, ofereçam espaços de convívio social e incentivem hábitos saudáveis, por exemplo.

 

Pensar a inovação como algo que pode transformar a vida das pessoas será o próximo grande passo da construção civil.