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Jorginho Mello assina nota de repúdio à condução da CPI da Pandemia

Documento argumenta que o comando da comissão agiu com “cegueira ideológica” ao defender estados e municípios

O senador Jorginho Mello (PL-SC), único catarinense titular da CPI da Pandemia, assinou nesta terça-feira (19) uma nota de repúdio à condução da comissão, presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) e relatada por Renan Calheiros (MDB-AL). O documento leva as assinaturas dos demais senadores governistas, Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Girão (PODE-CE) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS).

Na nota os senadores afirmaram que o comando da CPI, presidente, vice e relator, agiram com “cegueira ideológica” que protegeu agentes públicos que cometeram desvios com recursos públicos em meio à crise sanitária causada pela pandemia de COVID-19.

O documento lista os casos de escândalos nas compras de respiradores e insumos que nunca chegaram, através de dispensa de licitação. De acordo com o texto, a CPI deliberadamente ignorou as 69 operações deflagradas pela Controladoria Geral da União, que apurou fraudes que deram prejuízo de R$ 4,0 bilhões aos cofres públicos. E as outras 100 operações conduzidas pela Polícia Federal em 26 estados da federação.

A nota ainda relembra os casos de escândalos que tomaram os noticiários nacionais. Como no Consórcio Nordeste, que comprou 300 respiradores de uma empresa, que comercializa produtos à base de maconha, e que nunca foram entregues.

Menciona igualmente o caso do Amazonas, que comprou respiradores de uma loja de vinhos no valor de R$ 2,9 milhões; posteriormente os aparelhos foram rejeitados tecnicamente pelo conselho regional de medicina.

E também dá destaque ao exemplo negativo de Santa Catarina que comprou 200 respiradores de um prostíbulo registrado no Rio de Janeiro, no valor de R$ 33 milhões, que também não foram entregues aos catarinenses.

Além disso, os senadores também mencionam o tratamento dado às testemunhas. Que segundo eles, quando se tratava de alguém que não colaborava para a construção de uma narrativa que atingia o Governo Federal, alguns integrantes tratavam os interrogados “como se criminosos fossem”.