Em entrevista às tradicionais Páginas Amarelas da revista Veja, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), reforçou sua postura de oposição dura ao governo Lula e traçou um cenário de otimismo para a direita nas eleições de 2026.
Jorginho, aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, comemorou os altos índices de aprovação da sua gestão em Santa Catarina — segundo ele, com 77% de aprovação — e criticou a política econômica do governo federal, classificando Lula como um presidente “isolado, sem credibilidade e gastador”. Segundo o catarinense, a gestão petista “piora a cada dia” devido ao aumento de gastos públicos.
Ao longo da entrevista, o governador também projetou uma vitória esmagadora da direita nas próximas eleições nacionais, defendendo que Bolsonaro continue sendo o líder do grupo. Sobre a possibilidade de Carlos Bolsonaro concorrer ao Senado por Santa Catarina, Jorginho afirmou que apoiará a decisão do ex-presidente: “Se for a escolha dele, será também a minha”.
O governador catarinense ainda comentou sobre a possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, afirmando que considera as penas “excessivas” e que um entendimento entre Supremo, Câmara e Senado poderia corrigir isso. Jorginho negou que tenha havido tentativa de golpe no episódio, atribuindo o ocorrido a “trapalhadas” e “exagero na narrativa”.
Outro destaque da conversa foi a defesa ferrenha da autonomia das polícias estaduais. Jorginho criticou a proposta da PEC da Segurança, da gestão Lula, e disse ser contra qualquer iniciativa que retire poder dos estados na área de segurança pública.
Sobre a economia de Santa Catarina, o governador atribuiu o crescimento de 5,7% em 2024 à política de austeridade fiscal e à redução da carga tributária. Ele também citou o avanço em programas de segurança pública e o sucesso de projetos como o trabalho de presos no sistema penitenciário estadual.
Por fim, ao ser questionado sobre uma fala recente em que sugeriu a separação do Sul caso o cenário nacional não mudasse, Jorginho desconversou: “Não sou separatista. Tenho orgulho de ser brasileiro. Mas estamos insatisfeitos com o tratamento que Brasília nos dá.”
A entrevista reforça a estratégia de Jorginho Mello de nacionalizar seu discurso, ampliando seu protagonismo entre os governadores bolsonaristas no cenário político de 2026.