Blog do Prisco
Coluna do dia

Malabarismos presidenciais

O presidente está fazendo todos os movimentos ao seu alcance para permanecer no poder. Avisou e reavisou que não renuncia, muito embora ele já tenha entrado para a história como o primeiro a ser investigado, estando no cargo, pelos crimes de formação de organização criminosa, obstrução da Justiça e corrupção. Definitivamente, Temer entrou no módulo “vai ficando”.

A troca do ministro da Justiça, substituindo um deputado do baixo clero para colocar alguém respeitado no meio jurídico, foi movimento muito bem calculado. Pode surtir efeito imediato em uma das frentes onde o presidente está encrencado, o TSE. Nada impede que no dia 6 de junho, quando a corte retomar o julgamento do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, um ministro peça vistas e adie novamente a apreciação da matéria.

Na seara política, o presidente foi ao encontro de Fernando Henrique Cardoso em São Paulo. Deixou claro que vai se agarrar a todas as possibilidades para ficar no cargo. Acompanhado do tucano Tasso Jereissatti e do amigão e ainda ministro Moreira Franco, Temer mandou recado claro ao PSDB no Congresso, onde o ninho aprofunda divisões e divergências.

 

Boletim médico

No front econômico, se o presidente conseguir manter o trem nos trilhos, mesmo que a retomada seja em ritmo mais lento do que a desejada até estourarem as delações da JBS, o paciente terminal pode passar em breve para o estado de “respirando por aparelhos.” A conferir.

 

Comando

Ao assumir a divulgação do Fundam II nos municípios polo de cada região, Raimundo Colombo manda duas mensagem importantes. Aos deputados e prefeitos, sinaliza que o desafeto Celso Calcagnoto, que desagradou 11 em cada 10 políticos, virou coadjuvante neste processo; e aos seus próprios secretários usa o exemplo de Calcagnoto para avisar que não há imunidade por partido, amizade ou conveniência.

 

Pragmatismo

No atual cenário, o governador parece estar adotando postura mais pragmática, balizando algumas decisões pelas necessidades que o momento impõe. No que age corretamente.

 

Em Brasília

Raimundo Colombo foi a Brasília na segunda. Além de pedir liberação de recursos para o ministro Helder Barbalho, notadamente para o Porto de Itajaí e a Defesa Civil. Ontem, o governador participaria de nova rodada de reuniões com colegas. Na pauta, a renegociação da dívida dos Estados e os recursos do BNDES, a serem repassados às unidades federadas. Este foi um dos motivos, registre-se, que levaram ao pedido de demissão da economista Maria Silvia Bastos Marques das presidência do banco.

 

Satisfação

Também não estava descartada a possibilidade de os governadores serem recebidos por Temer no Planalto. A maioria deles está satisfeita com o tratamento recebido no atual governo. Vide o caso catarinense, que conseguiu R$ 700 milhões para a segunda edição do Fundam.