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Militares: Essenciais, mas esquecidos 

João Carlos Pawlick
Presidente da APRASC

Desde o início da pandemia os militares de Santa Catarina não pararam nenhum instante de atuar no combate ao novo coronavírus, sujeitos à contaminação e sob o risco de levar a doença para a família.

No início enfrentaram a falta de equipamentos de proteção individual (EPI), depois a batalha pelos testes e agora precisam implorar para serem vacinados como grupo prioritário, mesmo sendo nomeados, por meio de portaria do Estado, como autoridades de saúde.

Um título que não dá direito à imunização, mas sim à mais uma obrigação para uma tropa já sobrecarregada: a de fiscalizar aglomerações.

No Carnaval, as chamadas “guarnições Covid”, interditaram mais de 300 estabelecimentos e desde o início do surto a Policia Militar realiza, diariamente, mais de mil fiscalizações em festas e eventos.

E o principal alvo são as festas em locais fechados, sem circulação de ar e que geralmente não são respeitadas as mínimas regras sanitárias, como o uso de álcool gel e máscara. Logo, nossos guerreiros estão totalmente sujeitos a contaminar-se, já que geralmente o contato é inevitável.

Essa superexposição de policiais e bombeiros militares que atuam na pandemia tem provocado a morte de guerreiros em todo o Brasil. Em São Paulo, por exemplo, em 2020, o Covid-19 matou quase o dobro de policiais do que em confrontos com criminosos. Enquanto a doença matou 43 agentes, 22 foram vítimas de assassinato.

Basta uma rápida busca no Google para saber que a categoria tem sido dizimada por este inimigo invisível. As mortes de policiais são diárias e em todos os Estados.

Em SC foram milhares de contaminados. Hoje, 50 policiais militares testaram positivo, isto é, 50 policiais a menos nas ruas, combatendo o crime e atuando para proteger a comunidade.

Diante disso tudo, a Aprasc tem atuado firme para garantir direitos dos militares e ingressou com ação para incluir a categoria entre os grupos prioritários de vacinação.

Se não bastasse esquecer da saúde dos militares, o governo do Estado está há sete anos sem pagar a reposição inflacionária e tem, sistematicamente, ameaçado direitos dos praças.

É uma vergonha que a associação ainda tenha de entrar na justiça para garantir vacina aos policiais e bombeiros militares, permitindo que a tropa trabalhe com tranquilidade e fazendo o que sabe fazer de melhor: ser a melhor segurança pública do Brasil.

 

João Carlos Pawlick

Presidente da APRASC